Polícia

Aumenta número de homicídios, latrocínios e feminicídios no RS

Com essa alta, o acumulado do ano teve alta de 2%

Aumenta número de homicídios, latrocínios e feminicídios no RS
Foto: Mauro Teixeira


O mês de outubro de 2022 apresentou uma alta de 2,3% nos índices de homicídios, com três casos a mais do que em outubro de 2021. Com essa alta, o acumulado do ano teve alta de 2%. Esse é o segundo mês em que este cenário demonstra forte desaceleração em relação a alta significativa verificada em agosto, decorrente das inúmeras ações adotadas pelas forças de segurança no Estado, para coibir o conflito localizado em Porto Alegre. Os dados foram informados pela Secretaria da Segurança Pública do Rio Grande do Sul.

Homicídios na Capital

Na Capital o aumento nos homicídios em outubro foi de 23,8%, passando de 21 casos, no ano anterior, para 26 em 2022. No acumulado a alta é de 14% na comparação entre os períodos. Desde os resultados de agosto, quando a Zona Sul da Capital vinha apresentando confrontos entre criminosos, as forças de segurança empenharam esforços para coibir a violência (homicídios) na região. Reforços no policiamento ostensivo da Brigada Militar (BM), operações da Polícia Civil (PC) e transferências de lideranças criminosas estiveram entre as principais ações integradas da Segurança Pública no período.

Latrocínios têm alta, mas com elucidação de 100% dos casos

Nos roubos com morte, o resultado é similar aos dos homicídios – alta em outubro, mas sem alterar a tendência de queda no acumulado desde o início de 2022. Foram três latrocínios a mais no mês em relação aos dois registrados em 2021 (150%), enquanto na soma desde janeiro, o número de casos passou de 52 no ano passado para 45 neste ano, uma redução de 13,5%.

Em outubro a capital teve um latrocínio. No mesmo período do ano anterior não havia sido registrado esse tipo de crime. No acumulado do ano, Porto Alegre teve queda de 50% nesse tipo de índice, de 14 casos no ano anterior frente aos sete casos de 2021.

O latrocínio é um crime cuja ocorrência depende de uma série de fatores circunstanciais – possível reação da vítima, ação surpreendida por testemunhas, consciência do assaltante alterada por uso de entorpecentes e até mesmo eventual nervosismo ou indiferença do criminoso pela vida, entre outros.

Todos os cinco casos ocorridos no mês de outubro já foram elucidados, o que reforça o empenho das forças de segurança no combate a esse tipo de crime.

Sete mulheres foram mortas em outubro

Após a queda registrada no mês de setembro os feminicídios voltaram a apresentar alta no mês de outubro. No mês sete mulheres perderam a vida por razão de gênero no Estado, enquanto no mesmo mês de 2021 foram três vítimas. No acumulado a alta também persiste, com 89 casos de janeiro a outubro, sete a mais que os 82 registrados em igual período de 2021.

A violência contra a mulher é um crime de difícil combate, pois na grande maioria das vezes acontece silenciosamente dentro do seio familiar. Para incentivar as denúncias e proporcionar as vítimas um ambiente acolhedor e seguro, as forças de segurança se empenharam no desenvolvimento de estratégias inovadoras que criem esse ambiente de coragem para a vítima sair do ciclo da violência.

Outubro encerrou com queda nos outros quatro indicadores monitorados de violência contra a mulher. Houve retrações entre as ameaças (-13,8%), lesões corporais (-1,9%), estupros (-13%) e tentativas de feminicídio (-20,8%). No acumulado de dez meses desde janeiro, foram registradas reduções, nos casos de ameaças (-7%) e de feminicídio tentado (-4,3%), enquanto as lesões corporais (0,2%) e os estupros (0,4%) ficaram praticamente estáveis em relação a 2021.

Projeto de monitoramento dos agressores

Inédito no Brasil, o Projeto de Monitoramento do Agressor vai fornecer 2 mil tornozeleiras eletrônicas que serão instaladas em agressores que a vítima tenha medida protetiva vigente. A nova tecnologia é parte de uma das ações do governo do Estado para frear os casos de feminicídio e violência doméstica no Rio Grande do Sul, tendo como ponto de partida os municípios de Porto Alegre e Canoas. A ferramenta integra é iniciativa do Comitê Interinstitucional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher (emFrente, Mulher), que busca fortalecer a rede de apoio às vítimas e promover uma mudança de cultura que valorize a proteção da mulher na sociedade.

O governo do Estado também fez um acordo de cooperação com a London School of Economics and Political Science para o processamento de dados do Sistema de Gestão Estatística em Segurança Pública (GESeg).

O objetivo é estabelecer um fluxo de informações estratégicas para fortalecer o enfrentamento da violência contra mulher e estruturar um banco de dados voltado à formulação de políticas públicas. O projeto prevê uma análise de estudos dos últimos 10 anos sobre violência doméstica com o exame de perfis e estudos técnicos que viabilizem o desenvolvimento de ações.