Até na Embrapa...

A bruxa está solta. Não bastasse a Petrobrás, não bastasse o campeão da moral e da ética Lula da Silva sendo condenado, agora outro símbolo da eficiência nacional na área de pesquisa, a Embrapa, tem ação da polícia federal.

O valor até o momento levantado, de 700 mil reais, traz um prejuízo contábil muito menor à instituição do que o abalo à imagem já produzido pela simples notícia de que nem tudo pode ser assim tão sério dentro da empresa reconhecida no Brasil e fora dele de renome internacional pelos avanços propiciados na produção primária brasileira.

A operação Líber Pater (um Deus do vinho anterior ainda a Bacco, segundo explica a sempre criativa Polícia Federal), vai apurar estas irregularidades dentro das unidades da Embrapa Uva e Vinho. Em outras ocasiões a antiga escola agrotécnica, hoje Instituto Federal, foi alvo de investigações da Justiça Federal e assim vamos, afinal, tem dinheiro público, pago com os impostos dos cidadãos então é preciso manter-se estritamente dentro das melhores práticas de gestão. Pode ser que existam explicações. Mas, no momento as pessoas da Embrapa estão preferindo não se manifestar, sequer conhecem os termos da investigação.

Sabe-se que dentro da empresa, existem correntes e contracorrentes que certamente “deram o serviço”. Tomara que seja em favor de atender os melhores interesses da instituição e da cidadania.

Tudo isto no dia em que Brasília ferve por Temer. Não tenho a menor dúvida de que o presidente mais impopular da era da redemocratização conseguirá bloquear a licença que o STF precisa para processá-lo. Este apoio custou caro. Temer e o Brasil continuarão a pagar um valor inominável a um Congresso corrupto e que não parece nenhum pouco preocupado com o futuro da Nação.

Para alguns setores resta claro que a manutenção de Temer significa o prosseguimento das reformas e o destravamento de uma máquina pesada e imobilizada por uma crise que persiste. Para a maioria do povo brasileiro, que não é formada por empresários, a pauta já não importa tanto porque parece claro quem será a única classe sacrificada pelas mudanças.

A verdade é que Brasília continua gastando além do que o aís suporta e já se fala em novo teto para o déficit. Alguém pode explicar de maneira sucinta como um país em recessão e com inflação controlada conseguiu ter um déficit praticamente 30 bilhões superior no primeiro semestre deste ano do que teve no primeiro semestre do ano passado, quando aliás já estávamos em crise?