Cidades

Investigação aponta que facções criminosas manipulam sistema APAC para facilitar fugas e evitar penas em Passo Fundo

Associação é administrada por uma entidade civil, que gerencia Centros de Reintegração Social de presos. Dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos

Investigação aponta que facções criminosas manipulam sistema APAC para facilitar fugas e evitar penas em Passo Fundo
(Foto: MPRS)

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (GAECO/MPRS) deflagrou nesta quinta (30), a terceira fase da Operação Papillon. A operação visa impedir que facções criminosas continuem se beneficiando do sistema da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC) de Passo Fundo.

Nesta fase da operação, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão no município do norte gaúcho. As medidas judiciais foram embasadas por provas coletadas nas etapas anteriores da investigação. Conforme o Ministério Público, membros de organizações criminosas estavam manipulando o sistema da APAC para evitar o cumprimento de penas e facilitar a fuga de detentos.

“O GAECO está comprometido com a integridade do sistema prisional, e operações como essa são essenciais para eliminar qualquer desvio de conduta, seja em presídios ou associações”, afirmou o coordenador do GAECO no Estado, promotor de Justiça André Dal Molin.

O promotor de Justiça Diego Pessi, responsável pela investigação e coordenador do 7° Núcleo Regional do GAECO – Planalto, destacou o principal objetivo da operação: “Estamos investigando a instrumentalização da APAC por organizações criminosas para obtenção de benefícios indevidos e facilitação de fugas. Estamos verificando a inclusão indevida de criminosos no sistema APAC e sua posterior fuga”.

As buscas ocorreram na residência de um dos investigados e na sede da APAC em Passo Fundo.

(Foto: MPRS)

APAC

O sistema APAC é administrado por uma entidade civil de direito privado com personalidade jurídica própria, que gerencia Centros de Reintegração Social de presos. O método adotado baseia-se na corresponsabilidade dos detentos pela sua recuperação e na assistência das comunidades onde as unidades estão situadas.

Primeira fase da Operação

Em 12 de março deste ano, o GAECO realizou uma operação no Presídio Estadual de Erechim, realizando uma revista geral em busca de armas, drogas, celulares, anotações, documentos, dinheiro e outros materiais proibidos. A operação também visou combater crimes cometidos por uma das organizações criminosas investigadas na Operação Papillon, incluindo lavagem de dinheiro e contrabando de objetos ilícitos para comercialização entre os presos.

Segunda fase da Operação

A segunda fase da Operação Papillon foi deflagrada em 26 de março, novamente em Passo Fundo. Nesta etapa, foi cumprido um mandado de busca e apreensão na residência de um dos investigados, onde foram apreendidos um notebook e aparelhos de telefone celular para análise de dados.