Cidades

Assis Melo avalia momento como difícil para a classe trabalhadora

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O deputado federal Assis Melo palestrou aos comerciários em Bento (Fotos: Márcio Possamai/divulgação)

O deputado federal Assis Melo (PCdoB) se considera “um dos 30 trabalhadores” com assento na Câmara Federal. Suplente nas últimas eleições, ele assumiu uma vaga no Congresso em janeiro deste ano, quando Luis Carlos Busatto (PTB) deixou sua cadeira para assumir a prefeitura de Canoas.

Mello (E) afirma que é um dos 30 trabalhadores na Câmara

“Todos os demais são empresários, gente muito rica que defende os interesses do capital”, lança o deputado para firmar posição.

Na exposição feita aos comerciários, ao lado da presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Bento Gonçalves (SECBG), Orildes Loticci, e dos demais membros da diretoria, Assis Mello disse que o ambiente para trabalhadores e sindicatos no Brasil é dos piores. Para ele, o que estamos vivenciando não são reformas, mas contrarreformas.

“Os trabalhadores sofreram um grande crime. A CLT, que tinha 74 anos, foi destruída numa noite. Só nos resta resistir”, anuncia.

Para ele, com as mudanças nas legislações trabalhista e previdenciária, a classe trabalhadora ficará em condições muito desfavoráveis, e o único caminho é “unir e organizar para resistir”.

“Precisamos compreender o que, de fato, é este momento. Temos que sair do individualismo de cada sindicato e buscar a questão mais ampla”, advertiu.

Para o deputado, há uma ampla falta de compreensão do que virá a partir de 10 de novembro. Para ele, não haverá mais equilíbrio nas relações e a classe trabalhadora ficará à mercê das vontades do setor produtivo.

“O trabalhador é inferior à força do capital. As pessoas não sabem, por exemplo, que o contrato individual de trabalho terá força de lei. Com 14 milhões de desempregados, todo candidato vai assinar o contrato que lhe for entregue. Entra o contrato por tempo parcial. Ele pode ficar à disposição do empregador sem receber se não trabalhar. Se ele for convocado e não comparecer vai pagar multa. As pessoas não acreditam, mas é o que está lá, votado e aprovado”, denuncia.

O principal fator de resistência, segundo o parlamentar, é através dos sindicatos. “O acesso do trabalhador à Justiça estará dificultado. Então cresce a importância do sindicato. É a bengala que sobrou. Cada sindicato terá o tamanho de sua categoria. Não há milagre. Ou o trabalhador se agrupa e participam da atividade sindical, ou não haverá saída, é nossa tábua de salvação”, conclui Mello.