A instalação dos cinco Centros Humanitários de Acolhimento (CHAs), anunciados pelo governo do estado, estão próximas de serem inauguradas. Na tarde desta quinta (06), foram oficializados os abrigos nas cidades de Porto Alegre e Canoas e têm como finalidade abrigar pessoas que perderam suas casas e atualmente se encontram em abrigos provisórios.
O documento firmado estabelece um esforço conjunto para a realização dos serviços necessários para a instalação, manutenção e eventual desmontagem dos CHAs, além da infraestrutura para garantir dignidade e segurança aos acolhidos. Ao todo, os centros têm capacidade para abrigar até 3,7 mil pessoas. O financiamento das estruturas e da gestão dos espaços, que ficará a cargo da Agência da Organização das Nações Unidas para Migração (OIM), será coberto pelo Sistema Fecomércio/Sesc/Senac.
“Os CHAs são uma alternativa transitória e mais digna para os gaúchos que estão em abrigos provisórios, enquanto aguardam as moradias definitivas anunciadas pelo governo federal. Além disso, esses espaços serão construídos com a parceria fundamental da Fecomércio, que financiará as estruturas e a gestão dos locais por meio da OIM”, explicou o vice-governador Gabriel Souza.
Gabriel destacou ainda que a Fecomércio está finalizando a contratação da empresa responsável pelas construções, com previsão de conclusão das estruturas em aproximadamente 20 dias após a contratação. Durante os atos de formalização, foram apresentados os projetos e as plantas baixas dos centros, elaborados pela Secretaria de Obras Públicas (SOP).
Infraestrutura e Localização dos CHAs
Os CHAs contarão com diversos ambientes, incluindo espaços multiúso, áreas para crianças e animais de estimação, refeitório, cozinha, lavanderia, fraldário/lactário, depósitos, área de triagem, áreas para assistência médica e social, banheiros masculinos, femininos e neutros, além de áreas de convivência, com especial atenção para famílias monoparentais chefiadas por mulheres.
Porto Alegre
Em Porto Alegre, o primeiro ato ocorreu ao lado do campo do Centro Humanístico Vida, na Zona Norte, onde será construído o primeiro CHA. Outras estruturas serão instaladas no estacionamento do Porto Seco (Zona Norte) e no Centro de Eventos Ervino Besson, no bairro Vila Nova (Zona Sul). Ao todo, as unidades terão capacidade para acolher até duas mil pessoas, com cerca de 800 no Centro Vida e 500 em cada um dos outros locais.
“Esse processo de transição é complexo e precisa ocorrer de forma colaborativa. O termo de cooperação com o governo do Estado representa a união de esforços fundamental neste momento. Juntos vamos devolver qualidade de vida às pessoas e reerguer nossa cidade”, afirmou o prefeito Sebastião Melo.
Após o evento em Porto Alegre, o vice-governador visitou o abrigo do Centro Humanístico Vida, que atualmente acolhe 400 pessoas. Lá, são servidas cerca de 2,5 mil refeições diariamente com apoio do grupo Cozinheiros do Bem. Gabriel conversou com as famílias abrigadas, inspecionou as instalações e visitou o canil, onde estão recolhidos aproximadamente 600 animais.
Canoas
Em Canoas, a cerimônia de assinatura ocorreu em um terreno na avenida Guilherme Schell, próximo à Refinaria Alberto Pasqualini (Refap). Uma unidade habitacional cedida pela Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) já foi preparada no local durante as instruções para as equipes que darão continuidade ao trabalho de montagem.
O Estado receberá 208 estruturas doadas pela Acnur, das quais 108 já chegaram e as demais devem ser entregues na próxima semana. A oficial de Coordenação de Emergência da Acnur, Ana Luiza Ferreira, destacou que esta é uma das primeiras iniciativas da organização em resposta a um desastre climático no Brasil. “Tivemos trabalhos similares em outros países, que agora trazemos para o Rio Grande do Sul, com nossa assistência técnica e outros serviços, respeitando princípios humanitários e de proteção”, afirmou.
Canoas receberá ainda um CHA no Centro Olímpico Municipal (COM), que será montado com as mesmas estruturas modulares dos centros de Porto Alegre. Cerca de 1.700 moradores serão acolhidos nos dois locais.
“A parceria com o governo do Estado e demais entidades é fundamental para que possamos reconstruir nossa cidade. Tenho a convicção de que esse pequeno passo que está sendo dado aqui é um passo gigante em direção à reconstrução de Canoas”, disse o prefeito Jairo Jorge.
Humanitários
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