Bento Gonçalves

Aprovale reitera voto negativo a megaresorts e pede desenvolvimento sustentável no Vale dos Vinhedos

Reunião Bento Gonçalves registra mais de 270 mil turistas no primeiro trimestre de 2022 justiça
Foto: Reprodução/Vale dos Vinhedos

Na manhã desta quinta-feira (31), a Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale) emitiu uma nota para reiterar sua posição em relação a construção de megaresorts na região turística de Bento Gonçalves. No documento, o órgão volta a defender que é favorável ao “desenvolvimento sustentável” na região.

No texto, a Aprovale explica seus pontos para ter sido contrária a construção dos grandes empreendimentos no Vale dos Vinhedos. Entre as razões estão os altos índices de pontos negativos nos estudos de impacto e a necessidade de que estes estudos sejam refeitos pois os projetos foram apreciados como negócios do ramo de hotelaria e não de incorporação imobiliária.

Dentro da manifestação, a associação também explica o porquê de ter votado a favor de um empreendimento anteriormente e, agora, ter barrado os outros dois. Segundo o órgão, “os estudos de impacto revelaram que o projeto estava em conformidade com o Plano Diretor e dentro da escala de viabilidade para sua implantação no Vale, razão pela qual o voto da Aprovale foi positivo à sua aprovação e assim se manterá”.

As duas construções vetadas, ainda conforme a Aprovale, “excedem em escala (de construção e de operação) à infraestrutura disponível no Vale dos Vinhedos e reduzem a área destinada à atividade vitivinícola dentro da demarcação da Denominação de Origem“. Por isso dos votos contrários.

Por fim, após a repercussão do caso, a Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos fez dois pedidos à gestão municipal. O primeiro é a manutenção dos votos O Conselho Distrital e o Compahc. Recentemente o vereador Anderson Zanella apresentou um projeto que visa transformar os dois em órgãos consultivos e não mais deliberativos. 

O outro pedido é a manutenção de Marciano Batistello como subprefeito do Vale dos Vinhedos e também continue no Conselho Distrital. Na nota, a Aprovale afirma que ” A pressão institucional e o assédio moral a que este cidadão, de inegáveis préstimos por anos prestados à comunidade, vem sendo submetido, é avassaladora”.

Clique no link ao lado e confira o documento na íntegra. Nota à IMPRENSA – Aprovale 31 03 2022 (1)

O G30 Serra Gaúcha posiciona-se de forma semelhante

O G30 Serra Gaúcha também emitiu uma nota falando sobre a construção dos grandes empreendimentos. Conforme destacou o grupo, não existe uma visão contrária a instalação dos negócios, mas, estes e todos os que chegam devem enxergar o contexto do Vale dos Vinhedos. Por mais que hajam diversos benefícios com a chegada de tais empresas, pontos negativos devem ser avaliados. Um exemplo citado é de que o Vale não tem estrutura para absorver o movimento decorrente de novos grandes empreendimentos.

Não temos dúvidas de que cada um deles é capaz de gerar renda, desenvolvimento, empregos e
boas experiências para os turistas. Também não temos dúvidas de que, com planejamento e
cuidado, a multipropriedade é um modelo de hotelaria que pode ser benéfica à região, trazendo,
por exemplo, fluxo todos os dias da semana. Porém, ela pode gerar efeitos indesejados. Para
exemplificar essa posição, pegamos emprestada uma frase de Caio Calfat, importante
personalidade desse setor: “A multipropriedade pode construir ou destruir um destino”. Queremos,
é claro, que ela construa muitos. E não destrua nenhum. Há caminhos para que essa vontade seja
atendida.

Estando claro que não somos contrários aos empreendimentos em si, ao crescimento dos destinos
e à multipropriedade, passamos aos nossos argumentos para defender que, neste momento, se
pare com os avanços a respeito das autorizações de novos empreendimentos e se converse, como
sociedade civil organizada, para avaliá-los não de forma isolada, mas dentro do ecossistema onde
pretendem se inserir.

Clique no link ao lado e confira o documento na íntegra! Manifesto G30 pelo desenvolvimento sustentável