José Luis Pereira da Silva, 57 anos, pegou coronavírus e após 40 dias conseguiu vencer a doença e retornar para casa no início desta semana. Mesmo sem nenhuma doença pré-existente ele ficou por 31 dias em coma induzido na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e nove dias no quarto do Hospital Virvi Ramos.
Foram momentos terríveis de luta e desespero da família, que celebrou a volta de José Luis, com uma calorosa recepção em frente à rua onde mora, no bairro Fátima, Zona Norte de Caxias, na última segunda-feira (12). Parentes e vizinhos foram até a frente da residência na Av.Monsenhor João Meneguzzi, e de longe puderam acenar e trocar algumas palavras com ele.
O motorista aposentado, mas que ainda continua trabalhando como manobrista, foi diagnosticado com a doença no último dia 4 de setembro. Ele conta que passou mal ainda quando estava no serviço. “Eu fui trabalhar numa segunda-feira e comecei a tossir, quando chegou mais ou menos pelas 10 da manhã não aguentei mais. Minha encarregada me viu tossindo mandou embora, aí fui no postão (UPA Central), onde fui atendido”, conta.
Conforme Silva, após ser diagnosticado com o coronavírus, foi encaminhado para o Hospital onde foram feitos vários exames entre eles um raio X dos pulmões. O resultado do exame não poderia ter sido pior para ele naquele momento. “Me apavorei quando o médico me disse que meus pulmões estavam comprometidos, e eu teria apenas 10% de chance de continuar vivo”, relata.
Após ser entubado, iniciaram os procedimentos para o tratamento. “Eu lembro só que apaguei e quando acordei eu estava amarrado e sem saber o que estava acontecendo. Fiquei nervoso e comecei a me bater. Foi uma tortura danada”, revela.
Após vencer a batalha contra a Covid-19, o motorista aposentado fez questão de lembrar dos profissionais de saúde do Hospital Virvi Ramos, que o atenderam no momento mais complicado de sua vida. “Meu agradecimento vai para a equipe da CTI 3. Dr Rodrigo Nicoletti, Dra.Evelize, Dra Fran, Dr Miquelangelo e toda a equipe da manhã e da tarde da UTI. A Dra. Tanuzia, Morgana, Lidiane, Jamile e Lucas, enfim, todos fizeram a diferença para a minha recuperação são uma anjos na minha vida”, agradece.
Ainda com dificuldades para respirar e falar, ao final da conversa que teve com a reportagem do Portal Leouve, Silva fez questão pedir para autoridades manter ativa a estrutura do hospital em que esteve internado por 40 dias. Ele também deu um recado para quem ainda acha que o coronavírus ainda é brincadeira. “Isso é uma coisa muito séria, todo o cuidado é pouco. Nem todo mundo é igual e a doença quase me matou e pode levar quem não tiver um pulmão bom ou um coração com problema”, alerta.