Após 19 anos, maestro anuncia encerramento da Orquestra da UCS

Fundada em 2001, a Orquestra Sinfônica da Universidade de Caxias do Sul, renomeada de Orquestra UCS, foi extinta. O maestro Manfredo Schimiedt anunciou a medida adotada pela instituição na madrugada desta sexta-feira (3) por meio de redes sociais.

Sempre alinhada aos diversos programas que a Universidade possui em prol da formação artístico-cultural da cidade e da região, com o objetivo de fazer e fomentar a música de concerto, a Orquestra contribuiu no desenvolvimento cultural, com vistas no resultado do coletivo, agindo em prol da construção de uma sociedade culturalmente enriquecida.

Em fevereiro de 2020, dada a crise em que o país se encontrava, a OSUCS experimentou uma redução no seu quadro efetivo de músicos com o intuito de otimizar as suas atividades, reorganizando o seu repertório.

Desde lá, passou a ser formada por uma coordenação artística, por uma equipe de apoio, um maestro e doze músicos, sendo sete cordas, três madeiras, um metal e uma percussão, e suas atividades continuaram a ser planejadas com a finalidade de estabelecer um papel educativo e social, coeso com as diretrizes da instituição Universidade de Caxias do Sul. Porém, agora, segundo o maestro, encerra suas atividades por conta da crise e da pandemia do novo coronavírus.

Veja a postagem na íntegra

Queridos amigos,

Com grande pesar comunico que, a partir de hoje, a Orquestra Sinfônica da UCS, recentemente transformada em UCS Orquestra, teve os seus trabalhos encerrados.
Infelizmente a Universidade de Caxias do Sul tomou esta dolorosa medida.
A orquestra, para mim, foi um projeto de vida com a intenção de desenvolvimento, de soma, de algo que realmente contribuísse para o bem-estar do que considero o bem mais precioso: o público.
Desde as minhas primeiras idas à Caxias, a convite do meu amigo e naquela época spalla da orquestra André Meneghello, senti que havia um ambiente fértil para o desenvolvimento de boa música. Mesmo sem grandes orçamentos, fizemos ao longo destes quase 20 anos tudo que foi possível para que a programação fosse interessante, diversificada e evolutiva.

Nestes anos dedicados a este “ser” cultural, “alimentamos” a nossa programação com a presença de solistas, maestros, coros, atores, figurinistas, bailarinos, etc…. do mais alto nível tanto do cenário nacional quanto Internacional e que fizeram a diferença na evolução do trabalho.
Lembro bem de algumas palavras do ex-reitor da UCS, professor Risson quando falava que havia uma UCS antes e outra depois da Orquestra. Que alegria saber desta importância que foi referendada pelos reitores seguintes ao propor novos desafios, como o professor Zorzi na apresentação da Abertura 1812 de Tchaikovsky em parceria com a Orquestra Municipal de Sopros de Caxias do Sul ou da gravação do nosso primeiro CD por parte do professor Kuiava.