
A Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS) está alertando para os riscos de reintrodução da poliomielite no Brasil. Isso se deve à baixa cobertura vacinal que não vem sendo atingida desde 2015. O Brasil foi certificado em 1994 como livre da poliomielite.
A poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, é uma doença infectocontagiosa causada pelo poliovírus do sorotipo 1, 2 ou 3. A principal forma de transmissão é fecal-oral, por meio de alimentos, água ou objetos contaminados por fezes, e mais raramente, por via respiratória. A forma paralítica manifesta-se em 1,6% dos casos, sendo caracterizada por um quadro de paralisia flácida aguda. Não há tratamento específico, apenas de suporte. A única forma efetiva de prevenção é através da vacinação.
O último caso registrado de poliomielite no Brasil foi em 1989. Em 1994 toda a América foi certificada como área livre da doença já que todos os países alcançaram índices de vacinação acima de 95% na sua população. O presidente da Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS), Gerson Junqueira Junior, manifestou preocupação com os riscos da reintrodução da doença no país, ”no Brasil isso não está acontecendo, até 2015 a gente tinha números muito expressivos, 97, 98, 100% de vacinação. A partir de 2016 esses números começaram a cair a 80% e, com a pandemia em 2020 caíram por volta de 70%, no ano passado, caiu para 67%”.
Gerson nota que há uma falta de confiança e hesitação em fazer as vacinas pela parte dos pais. Existe um calendário normal da vacina da pólio onde a dose é injetada com dois, quatro e seis meses. Um reforço é administrado entre 15 e 18 meses de forma oral e, outro outro similar entre os 4 e 5 anos. Também são feitas campanhas nacionais, como a do Zé Gotinha.
Os sintomas mais frequentes da doença são febre, mal-estar, dor de cabeça, de garganta e no corpo, vômitos, diarreia, constipação (prisão de ventre), espasmos, rigidez na nuca e até mesmo meningite. Nas formas mais graves instala-se a flacidez muscular, que afeta, em regra, um dos membros inferiores.
Todo caso suspeito deve ser obrigatoriamente notificado, investigado, ter coleta de amostra de fezes até o 14º dias do início do déficit motor para o isolamento viral e esclarecimento do diagnóstico. No Rio Grande do Sul o último caso de poliomielite com identificação do poliovírus selvagem (PVS) foi em 1983, no município de Santa Maria.
Fonte: Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão – AGERT