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Americanas: credores concordam em suspender disputas judiciais

O movimento busca permitir que as partes envolvidas foquem seus esforços na negociação de um Plano de Recuperação Judicial

Americanas: credores concordam em suspender disputas judiciais
Foto: divulgação

A Americanas (AMER3) informou por meio de comunicado encaminhado ao mercado que seus credores financeiros concordaram em suspender as disputas judiciais.

De acordo com o documento, o movimento tem por objetivo permitir que as partes envolvidas foquem seus esforços na negociação de um Plano de Recuperação Judicial que seja aceitável para a maior parte dos credores da companhia e que viabilize o futuro operacional da Americanas.

Também traz que a companhia espera que, durante esse período, as negociações culminem em um plano que conte com o apoio da maior parcela possível dos credores da Americanas e que possa ser submetido a uma Assembleia Geral de Credores dentro do prazo estabelecido pela legislação.

E acrescenta que, em que pese ainda não haver acordo com seus credores financeiros em relação à última proposta apresentada, a companhia segue empenhada em manter negociações construtivas com seus credores em busca de uma solução sustentada que permita a continuidade de suas atividades.

O caso

A companhia está em recuperação judicial desde meados de fevereiro, sendo que em janeiro foi constatado uma um rombo financeiro de R$ 20 bilhões. A varejista tem dívidas de R$ 43 bilhões, das quais boa parte com instituições financeiras.

Os acionistas de referências da rede de lojas são Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, sendo que o primeiro é o homem mais rico do Brasil.

AME

Nesta terça (11), soube-se que a carteira digital da Americanas (AMER3), a AME, reportou prejuízo de R$ 700 milhões no acumulado de 2022.

Os números constam do sistema IFData, do Banco Central, e apontam uma forte deterioração no quarto trimestre, já que até então a varejista vinha reportando bons resultados da controlada.

Os dados na plataforma do BC mostram que em 2022 a carteira digital teve R$ 22,505 milhões em receita de intermediação financeira, mas R$ 589,284 milhões em despesas financeiras, inteiramente devido a provisões para créditos de liquidação duvidosa.

Com isso, seu resultado financeiro ficou negativo em R$ 566,779 milhões. As receitas de prestação de serviços atingiram R$ 1,003 bilhão, mas as despesas administrativas somaram R$ 776,237 milhões. Os números foram compilados pelo Valor Econômico.