O Ambulatório Municipal de Gestação de Alto Risco de Caxias do Sul, que completa um ano nesta quarta-feira (01), zerou a fila de espera para atendimentos, que chegava a ser de até 60 dias para a primeira consulta. Outro dado a ser comemorado é que não foi registrado nenhum óbito de mãe ou bebê no período no grupo de gestantes atendido.
Para garantir a sua saúde e a do bebê, a gestante de alto risco passa por acompanhamento especializado no Ambulatório. O atendimento é multidisciplinar, composto por obstetras, endocrinologista, nutricionista, enfermeiro e suporte de toda a equipe técnica do Centro Especializado de Saúde (CES), incluindo outras especialidades médicas.
Desde a inauguração, 242 mulheres de 18 a 44 anos foram atendidas no serviço, que realizou mais de 1,3 mil consultas, sempre com horário agendado. Cada paciente recebe atendimento individualizado, que pode ser até semanal, conforme o quadro clínico.
O prefeito Adiló Didomenico destaca que essa realização atende a uma demanda antiga da comunidade: “Este é mais um esforço feito pelo Município, especialmente no pós-pandemia, e que impacta diretamente na qualidade de vida da população. Salvar vidas, acompanhando desde os primeiros momentos da gestação, é um orgulho muito grande e é o maior benefício que o Município pode prestar a esses futuros cidadãos e cidadãs caxienses. Nossos cumprimentos a toda a equipe por estar prestando esse trabalho com tanta qualidade, por ter zerado a fila e assim estar fazendo a diferença na vida dessas pessoas”.
A secretária municipal da Saúde, Daniele Meneguzzi, define que “A gestação é um período muito especial na vida da mulher, e nos casos em que há alguma condição que gere risco, os cuidados precisam ser ainda maiores e mais criteriosos. Por isso, a abertura do Ambulatório deu a garantia e a segurança para que essas mulheres sejam atendidas com agilidade e qualidade, seguras para aguardar a chegada de seus bebês. É uma conquista que muito nos orgulha e nos anima, pois celebra a vida”.
O ginecologista e obstetra Dino de Lorenzi, também diretor de Gestão, Planejamento e Políticas de Saúde da SMS, explica que a gravidez é considerada um período fisiológico da vida da mulher, mas que naturalmente pode apresentar complicações. Em cerca de 15 a 20% dos casos a gestante e/ou o feto desenvolvem intercorrências de maior gravidade relacionadas a doenças maternas prévias ou ligadas a complicações próprias da gestação, como hipertensão arterial, diabetes e outras, que põem em situação desfavorável a evolução da gestação.
“Esse grupo de gestantes requer um acompanhamento especializado e multidisciplinar que contemple cuidados além dos disponíveis na Atenção Primária, com a identificação precoce e adequado manejo dos problemas relacionados às condições clínicas que podem comprometer a saúde materna e/ou fetal, demandando procedimentos diagnósticos e terapêuticos de maior complexidade e suporte tecnológico com vistas a um bom desfecho da gestação. O impacto direto de um cuidado mais intensivo e multidisciplinar como o ofertado pelo Ambulatório Municipal de Atenção à Gestação de Alto Risco é uma estratégia importante de redução do risco de mortalidade materna e das taxas de morbidade e mortalidade infantil locais”, aponta o médico.
O Ambulatório Municipal de Gestação de Alto Risco funciona no CES. O encaminhamento é realizado pela Unidade Básica de Saúde (UBS) de referência da mulher.
Fotos: Cristiane Barcelos