Caxias do Sul

Alunos de medicina da UCS seguem contestando reajuste das mensalidades

Uma nova manifestação deve ocorrer nos próximos dias. Foto: Divulgação
Uma nova manifestação deve ocorrer nos próximos dias. Foto: Divulgação
Uma nova manifestação deve ocorrer nos próximos dias. Foto: Divulgação

Os acadêmicos de Medicina da Universidade de Caxias do Sul (UCS) seguem contestando o reajuste de 178%, que elevou as mensalidades do internato, etapa dos últimos dois anos da formação, a R$ 11,7 mil.

Os valores anteriores, seria de R$ 6,5 mil, alega a comissão de alunos que lidera a mobilização contra o aumento. No último domingo, os alunos aproveitaram o Vestibular da UCS para chamar a atenção.

Em uma manifestação pacífica no campus em Caxias do Sul e para não atrapalhar os vestibulandos, os alunos levaram cartazes dizendo “Educação não é mercadoria”, “R$ 12 mil ao mês é roubo” e “UCS minha vergonha”.

A UCS havia emitido nota no dia 21 na qual diz que os valores seguem a lei e que apresentou desconto e compromisso com melhorias na infraestrutura. Em nota, os alunos responderam que o desconto é insatisfatório e que “não aceitam que as melhorias sejam justificativas para uma cobrança tardia e abusiva de valores”.

Os acadêmicos de Medicina, após comunicado oficial da Universidade de Caxias do Sul, vêm através deste declarar que:

1. A Universidade não apenas deixou de informar novos métodos de precificar as disciplinas, como também assegurou aos alunos no momento da primeira matrícula que não eram esperadas grandes variações do valor inicialmente contratado. Ademais, somente após diversos questionamentos é que a Universidade posicionou-se acerca dos valores que seriam cobrados no período do internato.
2. Após mais de um ano expondo o problema à Universidade de Caxias do Sul, esta demonstra não ter entendido a demanda dos estudantes. A concentração das mensalidades no período do internato não é o problema, de forma que a diluição dos valores do curso aplicada para os ingressantes a partir do segundo semestre de 2017 também não é uma solução. Os alunos manifestam-se contra valores ABUSIVOS de mensalidade cobrados nos dois últimos anos do curso, que independentemente da forma de cobrança, são injustificáveis e incompatíveis com a qualidade da estrutura oferecida e dos valores de mercado.
3. A Universidade de Caxias do Sul tem falhado em justificar o motivo de uma mesma atividade ter seu valor praticamente triplicado entre um currículo e outro, para o mesmo período. Os alunos reforçam: mesma atividade, realizada juntamente com os colegas do currículo anterior.
4. A Universidade de Caxias do Sul, que se orgulha em receber o título de comunitária, estabelece para o curso de Medicina valores que extrapolam o valor máximo de financiamento semestral dos contratos do Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), obrigando até mesmo os alunos beneficiados com 100% de financiamento a pagar mensalmente a diferença.
5. Até o momento, a proposta apresentada pela Universidade de Caxias do Sul não é satisfatória e sequer viabiliza a conclusão do curso para todos os alunos, incluindo aqueles subsidiados pelo FIES.
6. As melhorias de infraestrutura são solicitadas pelos alunos, através de diversos canais de comunicação da Universidade, há mais de quatro anos. Faz parte do compromisso da Universidade de Caxias do Sul fornecer aos seus alunos infraestrutura de ensino e pesquisa satisfatória para sua formação. Logo, os estudantes do curso de Medicina não aceitam que essas melhorias sejam justificativas para uma cobrança tardia e abusiva de valores.

Assessoria de Comunicação da Universidade de Caxias do Sul
A Universidade de Caxias do Sul vem, em face das manifestações e pleitos dos acadêmicos do curso de Medicina, esclarecer:

1. Os valores das mensalidades do curso de Medicina, estabelecidas pela Instituição, estão, rigorosamente, de acordo com as normas legais e com os contratos celebrados com os acadêmicos.

2. Parte do pleito dos acadêmicos, ingressantes entre 2014 e 2016, diz respeito à concentração dos custos das mensalidades entre os semestres 9º e 11º, no denominado internato (estágios) do curso de Medicina.

3. Ciente das dificuldades enfrentadas pelos alunos, a Instituição já tomou medidas para solucionar as questões. Assim, todos os acadêmicos do curso de Medicina que ingressaram na Universidade a partir de 2017 não terão mais essa concentração de custos durante o período do internato (estágios), uma vez que estes foram diluídos ao longo dos demais semestres.

4. Em atenção aos pleitos e sensibilizada com a situação dos acadêmicos que ingressaram na Universidade entre 2014 e 2016, a Instituição, após negociação com representantes do curso de Medicina, apresentou proposta formal para solução das questões identificadas.

5. Embora com sacrifícios econômico e financeiro por parte da Instituição, as propostas feitas abrangem percentual de desconto sobre as mensalidades e, também, compromissos com a realização de melhorias da infraestrutura, conforme as solicitações dos acadêmicos. Essas propostas continuam sendo discutidas com os representantes do curso de Medicina.

6. Neste contexto, a Universidade de Caxias do Sul, num momento difícil da vida social e econômica do país, demonstra seu compromisso com o diálogo contínuo e construtivo, compartilhando da preocupação dos seus acadêmicos.

7. A Universidade de Caxias do Sul reitera seu compromisso com o ensino de qualidade e os valores comunitários que são sua razão de existir.

Prof. Dr. Evaldo Antônio Kuiava – Reitor da Universidade de Caxias do Sul