Agro Rural

Agronegócio acelera formalização de emprego em três anos, aponta IBGE

Agropecuária e agroindústria criaram quase 360 mil empregos formais entre 2019 e 2022, mais do que compensando a redução de 15,47 mil postos informais no período

(Foto: Foto: Alina Souza)
(Foto: Foto: Alina Souza)

Apesar de todas as turbulências vivenciadas na economia entre 2019 e 2022 — pandemia de Covid-19, quebra de safra no Brasil e guerra na Ucrânia —, o agronegócio observou uma forte substituição de trabalhadores informais por profissionais contratados legalmente. No período, os segmentos de agropecuária e agroindústria criaram 359,6 mil empregos formais e encerraram 15,47 mil postos sem registro. Os dados são de um levantamento feito pelo Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getulio Vargas (FGV Agro) com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De 2019 para 2022, a taxa de formalidade no agronegócio passou de 38,4% para 40,1%, o maior percentual da série histórica da PNAD-C, iniciada em 2016. “(Os informais) sentiram de forma mais intensa as turbulências, principalmente no início da pandemia. No entanto, o contingente de informais, em 2022, ainda está levemente menor do que em 2019”, destaca o levantamento. Ao final do ano passado, 13,96 milhões de pessoas trabalhavam em atividades ligadas ao agronegócio no país.

Com exceção dos setores de biocombustíveis e fumo, todo o “universo agro” (considerando item não alimentícios) ficou mais formal, informa o levantamento. A expansão acumulada do emprego foi puxada pelo crescimento da população ocupada nos segmentos da agropecuária e da agroindústria, de 2,8% e 2,1%, respectivamente. Nos demais setores (4%, em média), o avanço foi maior do que no agro todo, porém, devido ao aumento da contratação de informais.

No caso da agropecuária, pesou no crescimento dos postos o avanço de agricultura (5,7%), que chegou a uma taxa de formalidade de 23,5% em 2022 – a maior já registrada pelo segmento desde 2016. Na pecuária, houve queda de 2,4% nos empregos, por conta, exclusivamente, da forte redução dos informais (-3,9%). Entre os formais, assim como na agricultura, ocorreu aumento (3,2%). A taxa de formalidade da pecuária aumentou de 21,4% para 22,6%, mas ainda ficou abaixo do recorde do segmento, de 24,1%.

Na agroindústria, o número de ocupados aumentou 2,1% entre 2019 e 2022, com expansão de 6,4% nos trabalhadores formais e retração de 5,8% nos informais. A taxa de formalização do setor, em 2022, era de 67,8%.

Fonte: Correio do Povo