O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) irá julgar nesta terça-feira (9) duas Ações de Investigação Judicial Eleitoral (Aijes) que pedem a cassação do presidente Jair Bolsonaro e do vice, Hamilton Mourão, devido a irregularidades na campanha de 2018.
Além das duas ações que serão julgadas nesta terça, outras seis aguardam a análise do TSE, mas nenhuma tem previsão para ser julgada. Todas essas ações solicitam a cassação da chapa de Bolsonaro. Segundo o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, as ações serão incluídas à pauta assim que os processos forem liberados pelo relator, ministro Og Fernandes.
As ações julgadas nesta terça-feira alegam que um grupo de hackers teria atacado um grupo de Facebook com o objetivo de beneficiar a campanha de Bolsonaro e Mourão. O julgamento teve início ainda em novembro de 2019, quando Og Fernandes votou pelo arquivamento das ações. O julgamento será retomado devido a uma solicitação feita pelo ministro Edson Fachin.
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As denúncias foram apresentadas pelos políticos Guilherme Boulos e Marina Silva, que também concorreram à presidência da República em 2018. Segundo informações, um grupo de Facebook intitulado “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro”, que já contava com mais de 2,7 milhões de participantes, foi atacado por um grupo de hackers, que alteraram o nome da página para “Mulheres com Bolsonaro #17”. Ainda segundo as ações, após as alterações serem feitas, Bolsonaro publicou uma imagem da página em suas redes sociais, agradecendo o apoio das mulheres brasileiras.
Segundo os autores das ações, isso indicaria que Bolsonaro estava ciente das alterações, ou que estivesse envolvido com os hackers. O relator afirmou que o grupo sofreu sim ataques cibernéticos, mas apontou que não existem provas de que Bolsonaro tivesse qualquer envolvimento no caso. Segundo o ministro, a invasão do perfil por menos de 24h não teve nenhum impacto no resultado da eleição.
Das outras seis ações em processo contra o presidente Jair Bolsonaro e o vice Mourão, quatro apuram irregularidades na contratação de serviços de disparo em massa de mensagens via WhatsApp durante a campanha eleitoral. Há também uma ação sobre a instalação de outdoors em apoio ao presidente em pelo menos 33 municípios de 13 estados, e uma última que apura o uso indevido dos meios de comunicação, da qual Bolsonaro já foi absolvido pelo TSE.
