Conforme um levantamento da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), divulgado na noite desta quinta-feira (9), são 412 mil imóveis desabastecidos em 32 municípios do Rio Grande do Sul. Em 20 cidades, as principais causas do desabastecimento de água são falta de energia elétrica e alagamentos que comprometem operações de unidades e equipamentos, segundo informa a direção da empresa.
Diante às inúmeras adversidades causadas pelo desastre climático no Estado, a Corsan reafirma o esforço das frentes de trabalho na tentativa de atenuar as consequências e restabelecer, com maior brevidade possível, as estruturas de abastecimento.
Uma força-tarefa composta de 148 caminhões-pipa já foram empregados para mitigar impactos a, pelo menos, 50 mil imóveis. A prioridade é para hospitais, postos de saúde e também abrigos para onde pessoas resgatadas estão sendo levadas em diversas cidades. Nesse sentido, 106 reservatórios comunitários foram instalados em pontos estratégicos das localidades mais afetadas na região Metropolitana, Central e Nordeste, contribuindo com o fornecimento emergencial da população.
Ainda, estão em operação 113 geradores para suprir a falta de energia elétrica nos sistemas operacionais em cidades onde foi possível entregar os equipamentos. Neste momento, eles sustentam o funcionamento dos sistemas de abastecimento de água para cerca de 113 mil famílias.
Nas regiões em que o acesso terrestre está impossibilitado, o transporte é feito por balsas e até mesmo por via aérea. Três helicópteros e uma aeronave de pequeno porte estão mobilizados pela empresa para deslocar equipes (montadores, soldadores, eletromecânicos, encanadores) e equipamentos.
Além disso, cinco equipes de mergulhadores estão atuando nas estações de captação de água bruta atingidas pelas cheias. Eles removem vegetação e destroços das tubulações e retiram os equipamentos submersos para reparos. A ação contribui para acelerar a retomada do abastecimento. Outras medidas como perfuração de poços, reconstrução e conserto de adutoras e mobilização de estações móveis de tratamento de água
Confira as condições de abastecimento nas regiões mais afetadas
METROPOLITANA:
Não houve alteração do número de desabastecidos: são 339 mil imóveis em 7 municípios.
Na estação de captação em Alvorada, foi concluída a contenção do alagamento na casa de bombas e sendo feita na área dos transformadores. Além disso, equipes também trabalham na drenagem do poço de sucção das bombas, manutenção de motores e quadros elétricos comprometidos pelas inundações na estrutura.
Para acelerar a retomada do abastecimento em Esteio e Sapucaia, estão sendo instaladas e estações de tratamento móveis. Também será reativada uma rede antiga entre Canoas, Esteio e Sapucaia e reinstalada estação elevatória que levará água para o reservatório distribuidor, e construção de rede de 3000 metros interligando o bairro Guarujá em Canoas até Esteio
Em Canoas, nova bomba será instalada na captação da ETA Niterói, para ampliar o fornecimento de água. Também, segue a perfuração de poços no Parque Getúlio Vargas (Capão do Corvo), no bairro Marechal Rondon, e quatro no Centro Olímpico Municipal, no Igara. Desta forma, será possível ampliar a captação e tratamento de água e aumentar a distribuição para os moradores da cidade.
NORDESTE:
São 14 cidades desabastecidas parcialmente, impactando em 28 mil imóveis. A situação mais crítica é em Cruzeiro do Sul, com 90% sem água. As redes foram levadas pela enchente e, como medida emergencial estão sendo perfurados dois poços artesianos e 3 caminhões-pipa abastecem a cidade até o restabelecimento.
CENTRAL:
No começo da noite desta quinta, o desabastecimento é parcial em 7 cidades, afetando 28 mil imóveis – 24 mil a menos que o levantamento da manhã. Em Agudo e Silveira Martins o sistema de abastecimento segue mantido por gerador. Santa Cruz do Sul voltou a ter o abastecimento plenamente restabelecido após falta de energia. Estão afetados Arroio do Tigre, Cachoeira do Sul, Lagoa Bonita do Sul, Rio Pardo, Santa Maria, Venâncio Aires e Sobradinho. Santa
VALE DOS SINOS:
São 3 cidades e 10 mil imóveis com o fornecimento de água comprometido na região. Em Nova Santa Rita 70% da capacidade de abastecimento está normalizada, mas ainda poderá ocorrer instabilidade na rede durante o dia. Nos locais onde o abastecimento não está restabelecido, o atendimento da Corsan é feito por caminhões-pipas, que servem também para encher reservatórios.
Em Taquara, cerca de 40% da cidade está desabastecida em função do alagamento na estação de captação e tratamento de água, que fica junto ao Rio dos Sinos. Um barco está sendo utilizado para acessar o local. Um caminhão-pipa abastece hospitais, casas-lares e espaços que acolheram pessoas desabrigadas pelas cheias. A Corsan abriu a rede do sistema de interligação entre Parobé e Taquara, construído no início de 2024 para casos de emergência. Esta é a primeira vez que a interligação de rede entre as duas cidades está sendo utilizada.
A cidade de General Câmara segue sem acesso e energia elétrica. Dois poços da Corsan, mais afastados do município, estão em operação.