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Plano Real: 30 anos depois, R$ 1 equivale a mais de R$ 8, diz Banco Central

Levantamento da autoridade monetária brasileira revelam que, em três décadas, inflação da moeda foi de 708%

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O Plano Real completa 30 anos nesta segunda-feira (1º). Em 1º de julho de 1994, o Cruzeiro Real (CR) deu lugar ao Real (R), com a finalidade de estabilizar a economia brasileira. Um pouco antes, entre as inúmeras tentativas de estabilizar preços e salários por meio de diferentes indexadores, a equipe econômica do governo Itamar Franco havia implantado a Unidade Real de Valor (URV).

Ao longo de três meses, todos os preços e salários foram denotados em Cruzeiros Reais e URVs, com sua taxa diária flutuando e vagamente atrelada ao dólar. O sistema persistiu até a introdução do Real, quando 1 URV equivalia a CR$ 2.750. Ou seja, o valor que cada cidadão tinha foi dividido por essa cifra.

Naquele mês, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) havia subido para 47,43%. O indicador caiu para 6,84% no mês seguinte e caiu ainda mais para apenas 1,71% em dezembro de 1994.

Exatos 30 anos após o lançamento do Plano Real, de acordo com a calculadora do Banco Central (BC), a inflação acumulada no período chegou a 708%. Na prática, o produto que era comprado a R$ 1, em julho de 94, equivale, em média, a R$ 8,08, com base na última divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em maio.

Seguindo a mesma linha de comparação, uma nota de R$ 5 há 30 anos equivale a R$ 40,40. Já a cédula R$ 50 em 94 é o mesmo que R$ 404,01, neste dia 1º de julho.

A variação acima de 700% do valor do real em 30 anos chama a atenção, porém, olhando os dados históricos, é apenas uma fração da realidade brasileira entre os anos 1980 e início da década de 1990.

Há 40 anos, em 1984, a inflação anual do país registrou uma alta acumulada de 215,27%. Nos anos subsequentes, o índice seguiu a galope até alcançar impressionantes 2.477,15%, em 1993.

A consolidação do Plano Real derrubou drasticamente a variação de preços, mostram os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Desde 1995 — primeiro ano cheio após a implementação da nova moeda — o IPCA encerrou o ano acima de dois dígitos em quatro ocasiões: 1995 (22,41%), 2002 (12,53%), 2015 (10,67%) e 2021 (10,06%). No ano passado, o indicador fechou com avanço de 4,62%.

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