Rio Grande do Sul - A Expointer 2025 vai além das negociações, dos leilões e da exposição de animais e máquinas agrícolas. Ao percorrer a feira, o visitante encontra uma experiência multicultural marcada por diferentes sotaques e idiomas, reflexo da presença de expositores e público vindos de várias regiões do Rio Grande do Sul, de outros estados brasileiros e de países estrangeiros. Uma diversidade linguística que enriquece o ambiente, valoriza culturas e fortalece vínculos.
Entre os visitantes assíduos de fora do país está o uruguaio e advogado Alejandro Rivas, natural de Rivera e filho de mãe alegretense, que soma dez participações na feira. Com sotaque espanhol, ele afirma se sentir em casa.
“Sou, em grande medida, brasileiro por influência de minha mãe. O que me atrai na Expointer é a atmosfera de negócios, a estética dos estandes, o investimento e a criatividade dos expositores”, destaca.
Para ele, a troca de experiências também é um diferencial.
“Aprendemos muito com profissionais brasileiros, que dominam o português e nos ajudam na comunicação.”
Também vindos do outro lado da fronteira, o argentino Mauricio Garcia e o ginete Luciano Vera, da Cabanha Abril, participam pela primeira vez da Expointer. Com um portunhol carregado, relatam a acolhida recebida dos gaúchos e dos frequentadores do parque.
“Muy, muy especial.” Eles contam que este ano vieram apenas observar. “Mas estamos nos preparando para competir nas próximas edições”, diz Mauricio, enquanto acompanha a programação na arquibancada da pista do Freio de Ouro.
A diversidade cultural se intensifica no Pavilhão Internacional, que em 2025 reúne estandes de países como Alemanha, Estados Unidos, Peru, Equador e Uruguai. Além de negócios no setor agropecuário, os espaços apresentam aspectos culturais que aproximam os povos e evidenciam suas singularidades.
Diversidade nacional e regional
Os sotaques também se multiplicam no Pavilhão da Agricultura Familiar. De Sabará (MG), a expositora Meire Ribeiro apresenta produtos à base de jabuticaba.
“Tenho clientes cativos e este ano está sendo especial porque o tempo ajudou e o movimento tem sido intenso”, afirma a mineira, orgulhosa de levar os sabores de sua região ao público gaúcho.
A variedade de sotaques se manifesta ainda dentro do próprio Rio Grande do Sul. Criadora em Uruguaiana, Emily Amaral participa há uma década da feira ao lado do marido, Vitor, e neste ano concorre ao título de grande campeã na categoria de cavalos de raça. Segundo ela, o sotaque fronteiriço desperta curiosidade.
“As pessoas perguntam de onde somos e, quando falamos de coisas e não di coisas, logo percebem que somos do interior”, relata.
Outro exemplo é o sócio-proprietário da Embutidos Bini, Vanderlei Bini, de Não-Me-Toque, que participa da Expointer pela 14ª vez. Ele conta que, em sua região, há uma forte mistura das culturas italiana, alemã e holandesa.
“O pessoal logo nota que não somos da capital quando falamos”, observa o expositor do Pavilhão da Agricultura Familiar.
Texto: Elstor Hanzen/Ascom Expointer
Edição: Ascom Expointer