PLANEJAMENTO FINANCEIRO

Rio Grande do Sul é o segundo estado mais inadimplente do país, segundo levantamento

Mapa de Inadimplência e Renegociação de Dívidas do Serasa aponta que 39,40% da população gaúcha está endividada; veja dicas para sair do vermelho

Rio Grande do Sul é o segundo estado mais inadimplente do país, segundo levantamento
Imagem: Freepik / Reprodução

Um levantamento recente divulgado pelo Serasa mostra que o Rio Grande do Sul está na segunda posição entre os estados que possuem mais dívidas no país. Conforme o Mapa da Inadimplência e Renegociação de Dívidas do serviço, 39,40% da população gaúcha está inscrita como inadimplente. O estado está atrás somente do Paraná, que conta com 41,18% dos residentes com algum tipo de dívida. O terceiro colocado, Santa Catarina, registra um índice de 35,49% de devedores.

Em todo o país, são 73 milhões de famílias endividadas, o que corresponde a um total de 45,12% dos habitantes do território nacional. Uma das principais causas desse resultado, conforme o estudo, é a falta de planejamento financeiro dos brasileiros.

O professor do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Anhanguera de Passo Fundo, Carlos Moraes, comenta que o período de final de ano é um momento estratégico para que os brasileiros quitem as suas dívidas ou pelo menos façam negociações para reduzir o montante a ser pago. Segundo ele, o devedor pode utilizar os recursos extras advindos de 13º e outras bonificações, aliados a oportunidade de descontos, para conseguir iniciar o ano com uma situação financeira mais estável.

“A maioria dos brasileiros recebe o 13º salário, bonificações ou gratificações de fim de ano, o que aumenta a disponibilidade de recursos financeiros. Esse dinheiro extra pode ser muito útil acerca desse contexto. Empresas e instituições financeiras costumam oferecer promoções e descontos especiais para a quitação de dívidas no final do ano. Isso pode incluir abatimentos significativos nos juros e nas multas, tornando a quitação mais vantajosa”, alerta.

Maior risco para o aumento de dívidas é o cartão de crédito

Ainda conforme Carlos Moraes, o maior perigo para o aumento de dívidas segue sendo o cartão de crédito – que representa 27,86% das dívidas no Brasil.

“Compras no cartão de crédito em atraso têm os valores transformados em crédito rotativo e possui juros que, geralmente, estão entre os mais altos do mercado”, alerta.

O especialista analisa, que a média de juros do rotativo era de 455% ao ano em 2023. Em 3 de janeiro de 2024, entraram em vigor, novas regras para o crédito rotativo do cartão de crédito.

“Como dica, sugiro anotar todas as dívidas em uma planilha e entrar em contato com os credores para negociar os pagamentos. É crucial que o endividado só feche acordos se as condições forem compatíveis com sua realidade financeira. Quebrar o contrato de débito pode levar à perda dos descontos oferecidos, cancelamento da renegociação e retomada de juros”.

Confira algumas dicas para sair do vermelho:

  • Tenha uma planilha de controle de gastos, incluindo despesas fixas mensais e gastos com cartão de débito;
  • Faça uma lista antes de ir ao supermercado, por exemplo, defina uma data fixa para compras mensais e pesquise preços;
  • Evite ter muitos cartões de crédito, priorize o pagamento à vista e, se precisar parcelar, escolha o número de parcelas sem juros;
  • Opte por um carro mais econômico e faça revisões regularmente para evitar gastos excessivos com reparos;
  • Adote hábitos de consumo consciente para economizar alimentos, água e energia;
  • Ao renovar o contrato de aluguel, proponha uma renegociação ao proprietário e explique sua situação;
  • Desconfie de ofertas que são muitos boas para ser verdade:
  • O empréstimo consignado é uma das linhas de crédito mais baratas do mercado, no entanto, o pagamento é automático, por meio de desconto na fonte de renda, por isso, pode originar endividamento, com multas e juros sobre as parcelas em atraso. Além disso, há o risco de precisar quitar a dívida de uma vez, em caso de perda de emprego com carteira assinada;
  • Quitar dívidas no final do ano permite começar o ano seguinte com uma situação financeira mais equilibrada. Isso facilita o planejamento financeiro e a definição de novas metas para o próximo ano;
  • A quitação de dívidas pode reduzir o estresse financeiro, proporcionando um final de ano mais tranquilo e permitindo que as pessoas aproveitem melhor as festividades e as férias;
  • Quitar dívidas pode melhorar a pontuação de crédito, o que pode ser benéfico para futuras necessidades de financiamento, como a compra de um imóvel ou um carro;
  • Ao quitar dívidas no final do ano, evita-se o acúmulo de juros e encargos adicionais que poderiam aumentar o valor total da dívida ao longo do tempo.