MAUS TRATOS

Polícia interdita casa de recuperação e prende monitor por cárcere privado em Viamão

O homem também é suspeito de tráfico de drogas, tortura-castigo e crimes contra as relações de consumo. Quatro internos precisaram de atendimento médico

Policiais encontraram 24 internos em cárcere privado
Policiais encontraram 24 internos em cárcere privado | Foto: Divulgação/PC

A ação foi deflagrada pela equipe da 1ª Delegacia de Polícia de Viamão, em uma comunidade terapêutica localizada no Bairro Fiúza. A operação ocorreu na na tarde desta segunda-feira (28).

O local foi interditado e o monitor, cuja idade e identidade não foram divulgados pela polícia, foi preso em flagrante pelos crimes de cárcere privado, tráfico de entorpecentes, e crimes de tortura-castigo e contra as relações de consumo.

De acordo com a delegada Jeiselaure de Souza, os policiais foram acionados pela DP de Polícia de Cidreira. Durante uma ação no município do Litoral Norte, os policiais foram informados de que um dos internos, que era mantido em cárcere privado no local, tinha sido levado para Viamão.

Durante a averiguação, a vítima foi localizada drogada e com diversos ferimentos. em depoimento à Polícia, ele afirmou que havia sido algemado e espancado, e trazido contra a vontade para a cidade.

Maus tratos

Os policiais civis encontraram mais de 24 internos. A maioria deles relatou que estavam sendo mantidos em cárcere privado, eram espancados e mantidos sob efeito de medicação psicotrópica. Quatro deles precisaram de atendimento do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu), devido ao estado de saúde em que se encontravam no local.

Também foram apreendidos 22 pacotes de carne de gado sem procedência, sem validade e identificação do produto. A perícia constatou que, além de possuírem odor azedo, eram impróprios para consumo humano.

No freezer, também foi encontrada a carcaça de um tatu (animal silvestre), que foi encontrado morto na via pública e congelado para consumo dos internos. O relato dos internos é que a ordem dos proprietários era para que fossem consumidos os alimentos estragados ou ficariam sem refeição no local.

A ação foi desencadeada com o apoio das Secretarias de Saúde, e de Assistência Social de Viamão. Os internos foram encaminhados para locais adequados de tratamento.