Sete de cada 10 óbitos por gripe no Rio Grande do Sul é de idosos. O número corresponde aos últimos dois anos, 2023 e 2024, quando 304 de um total de 423 mortes causadas por complicações em razão da infecção pelo vírus influenza impactaram a população com 60 anos ou mais no Estado. Inclusive, esse é um dos motivos que justifica a prioridade deste grupo para a vacinação, que iniciou nesta segunda-feira (07) na região da Serra Gaúcha.
No Rio Grande do Sul, são mais de 2,3 milhões de pessoas nesta faixa etária. Inclusive, os idosos também abrangem a maioria dos casos de hospitalizações por Síndromes Respiratórias Agudas Graves, como o vírus influenza. Das quase 3,4 mil internações ocorridas no Estado nos últimos anos, mais de 1,5 mil foram entre idosos, o que representa 46% do total.
Em 2025, com dados obtidos até este sábado (06), o panorama se mantém nessa tendência. São 110 hospitalizações por agravamento em razão da infecção pela influenza, dos quais 46 foram entre idosos (42%). Já aconteceram seis óbitos no RS por gripe, sendo quatro deles na faixa etária dos 60 aos 79 anos.
Em 2024, apenas 52,5% dos idosos fizeram a vacina contra a gripe. Em 2023 o percentual ficou em 61,7%. No geral dos grupos (crianças, gestantes e idosos), o RS teve nos últimos dois anos a obtenção de cobertura de 56,4% em 2023 e 52,3% em 2024.
Vacina, uma aliada na proteção dos idosos contra a gripe
A vacinação é considerada a melhor estratégia de prevenção contra a influenza e possui capacidade de promover imunidade durante o período de maior circulação dos vírus, reduzindo o agravamento da doença, as internações e o número de óbitos, por isso é recomendado que este público busque o quanto antes a vacinação.
A imunidade ocorre, em média, após 15 dias da vacinação, e a duração é de cerca de seis a 12 meses. O pico máximo de anticorpos ocorre após quatro a seis semanas, embora em idosos os níveis de anticorpos possam ser menores. Há uma queda com o tempo.
A proteção oferecida pela vacinação é de aproximadamente um ano. Esse é um dos motivos pelo qual a vacina deve ser aplicada anualmente, assim como a atualização das cepas que compõem a dose. As vacinas das campanhas atuais são trivalentes e protegem contra os tipos de vírus influenza A (de dois subtipos H1N1 e H3N2) e influenza B, que são os vírus de maior importância epidemiológica, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.
Atente-se aos sintomas e previna-se contra gripe
A gripe é uma infecção aguda do sistema respiratório, provocada pelo vírus da influenza, com grande potencial de transmissão. Os principais sintomas da gripe são: febre, dor de garganta, tosse, dor no corpo e dor de cabeça.
Em idosos, quase sempre se apresentam febris, às vezes, sem outros sintomas, mas em geral, a temperatura não atinge níveis tão altos. A principal complicação são as pneumonias, desidratação e piora das doenças crônicas. Além da vacinação, são ações de prevenção a adoção de outras medidas de higiene e comportamentais, como:
- Lavar as mãos com água e sabão ou álcool em gel;
- Etiqueta respiratória (cobrir nariz e boca ao espirrar ou tossir com antebraço ou lenço descartável);
- Evitar contato próximo e desprotegido com pessoas que apresentem sintomas gripais;
- Manter os ambientes bem ventilados, com portas e janelas abertas;
- Evitar aglomerações e ambientes fechados.
Covid-19
Os idosos também são um grupo ao qual é destinada a vacinação contra a covid-19. As duas vacinas podem, inclusive, ser feitas na mesma oportunidade. O atual esquema para este público é de duas doses anuais, com seis meses de intervalo entre as doses.