OPERAÇÃO PRIVILEGE

Operação prende 17 por lavagem de mais de R$ 770 milhões no RS

Um dos mandados de prisão foi cumprido em Caxias do Sul. Também ocorreu o sequestro de bens imóveis, veículos e valores

Força-tarefa conta com a participação de policiais civis e militares gaúchos
Força-tarefa conta com a participação de policiais civis e militares gaúchos | Fotos: Divulgação/PC-PF

A Força-Tarefa de Combate ao Crime Organizado do Rio Grande do Sul (FICCO/RS) deflagrou, nesta quarta-feira (09), a Operação Privilege. O objetivo é combater uma rede de operadores financeiros que presta serviços a diversas organizações criminosas em todo o Brasil.

Até o final da manhã, 17 pessoas haviam sido presas, sendo 11 alvos da ação, três foragidos com mandado de prisão em aberto, e mais três presos em flagrante por posse irregular de arma de fogo e obstrução da justiça. Segundo dados da coordenação da FICCO, foram apreendidos cerca de R$ 300 mil.

Além dos mandados, foram decretados o sequestro de bens imóveis e veículos, o bloqueio de valores de 82 contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas investigadas. com estas ações, o valor pode chegar a R$ 70 milhões nos grupos que atuaram no Rio Grande do Sul.

Privilege

O nome Privilege faz referência aos bens adquiridos pelos investigados com os recursos ilícitos. A operação envolve a participação de 102 policiais, sendo 75 da Polícia Federal (PF), 12 da Polícia Rodoviária Federal (PRF), cinco da Polícia Civil (PC) e 10 da Brigada Militar (BM). Eles cumprem 13 mandados de prisão preventiva, sendo um deles, em Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, e 20 mandados de busca e apreensão. As ordens judiciais foram emitidas pelo colegiado da 2ª Vara Estadual de Processo e Julgamento dos Crimes de Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro.

A investigação teve início após o recebimento de informações sobre um grupo que recolhia dinheiro em espécie de associações criminosas atuantes no Vale dos Sinos e na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. A finalidade era fazer a lavagem dos valores.

Conforme Relatórios de Inteligência Financeira, o esquema tem alcance nacional e operava a partir de São Paulo, utilizando-se de contas bancárias de interpostas pessoas para movimentar recursos ilícitos. Nos últimos cinco anos, foram detectados mais de R$ 770 milhões em depósitos em todo o território brasileiro.

Ainda conforme o inquérito, no Vale dos Sinos, integrantes de um grupo criminoso local utilizavam essa estrutura para lavar dinheiro proveniente do tráfico de drogas, com coletas semanais de valores que eram posteriormente depositados e disponibilizados como ativos de origem aparentemente lícita. Somente no Rio Grande do Sul, foram identificados mais R$ 73 milhões em movimentações dessa natureza.

Confira onde foram cumpridos os mandados judiciais:

Busca e Apreensão:

Estância Velha/RS (1)
Novo Hamburgo/RS (8)
Bom Retiro/RS (1)
Taquara/RS (1)
Portão/RS (1)
São Borja/RS (2)
Rio de Janeiro/RJ (1)
São Paulo/SP (1)
Franca/SP (3)
Praia Grande/SP (1)

Prisão Preventiva:

Portão/RS (2)
Estância Velha/RS (1)
Charqueadas/RS (1)
Caxias do Sul /RS (1)
Rio de Janeiro/RJ (1)
São Paulo/SP (1)
Franca/SP (3)
Praia Grande/SP (1)
Sapucaia do Sul (1)
Novo Hamburgo (1)