Afim de promover transparência e perspectivas, o governador Eduardo Leite abriu às portas do Palácio Piratini para a imprensa do interior do Rio Grande do Sul. O encontro, promovido e intermediado pela Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão (Agert) ocorreu na manhã desta quinta-feira (19) em Porto Alegre. Em meio à recuperação do Estado pós-enchentes, o bate-papo foi uma oportunidade para ir além e prever – quem sabe – os próximos anos.
Ao falar sobre a Serra Gaúcha – em tema proposto pelo Grupo RSCOM – o chefe do Executivo estadual citou uma certa preocupação e monitoramento do acordo Mercosul com União Europeia, para que haja justa concorrência com o vinho produzido no Rio Grande do Sul.
Segundo Eduardo Leite, rótulos de fora do país terão ainda mais benesses para entrar no Brasil, podendo chegar às gôndolas em valores que tornam a “disputa” com produtos locais desigual.
“Na questão vitivinícola tiramos a substituição tarifária – desejo antigo do segmento – e queremos avançar junto aos conselhos locais para que possamos acompanhar o acordo da União Europeia com o Mercosul em relação a esse setor, que nos preocupa para garantir a presença da marca do vinho gaúcho, para a competição, com esse produto que virá com menos bandeiras tarifárias, salienta.
O governador lembrou ainda de outros investimentos na região, como o Aeroporto de Vila Oliva. De acordo com Leite, o Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem (Daer) dá segmento aos anteprojetos para estradas e vias entre Caxias do Sul e Gramado, viabilizando uma melhor ligação entre as regiões envolta do aeroporto. Além disso, uma obra aguardada há décadas, a duplicação da RSC-453, entre Bento Gonçalves e Farroupilha, terá início em 2025. O governador garantiu que a Caminhos de Serra Gaúcha (CSG), concessionária responsável pelo trecho, irá iniciar a obra no próximo ano, conforme previsto em contrato.
Sobre a possibilidade de cedência de rodovias estaduais à União para futuramente se criar uma “Rota Internacional do Vinho“, fomentando o Turismo, a economia da Serra Gaúcha e do Pampa, atrelados à Argentina, Chile e Uruguai, Leite tangenciou. Não citou se, um dia, isso pode sair do papel. Todavia, reiterou que enxerga o turismo como um motor gerador de empregos, já que na indústria, há, cada vez mais, incremento tecnológico.
“No turismo, a experiência que o turista deseja, precisa do trato onde o ser humano é insubstituível. Apostamos muito no turismo como vetor de desenvolvimento e ele não acontece só por causa da infraestrutura ou de locais bonitos. Ele acontece por uma série de questões articuladas. Investimos R$ 30 milhões em divulgação do Rio Grande do Sul para atrair turistas”, reforçou.
Recuperação
Inicialmente, Leite tratou da recuperação do Estado após a tragédia climática nos últimos sete meses. Além de reorganizar as contas do governo, pontes, estradas, o governador reforçou investimentos que têm sido anunciados para a saúde e segurança pública, por exemplo.
A nova estrutura da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, aprovada na Assembleia Legislativa na última semana, também foi um fator comemorado por Eduardo Leite, como uma espécie de salvaguardar os gaúchos frente a eventos climáticos junto à atuação de novos radares e proteção a municípios, como Eldorado do Sul. Leite disse que cobrou o Governo Federal o repasse de recursos para lançar os processos licitatórios.
A Rede de Rádios foi promovida pela Agert e contou com intermédio do presidente Roberto Cervo Melão. No evento, Eduardo Leite foi homenageado pela entidade e pelo Sindirádio-RS.