INSEGURANÇA

Estudo aponta que 20% dos jovens estão expostos a trocas de tiros ou brigas com arma de fogo no RS

Pesquisa da PUCRS também assinala que 12,4% dos jovens se dizem expostos a assassinatos no entorno da residência e que 37% sentem insegurança perto de casa à noite

Foto: Arquivo Leouve
Foto: Arquivo Leouve

Rio Grande do Sul - Um estudo promovido pela PUCRS apontou que, no Rio Grande do Sul, 20,6% dos jovens dizem ter ocorrido trocas de tiros ou brigas com arma de fogo no entorno de seus domicílios de moradia. Os dados da segunda edição do Boletim – Juventudes assinala os desafios para a juventude no Brasil, que vem convivendo há décadas com episódios de violência. Neste dia 12 de agosto é celebrado o Dia Internacional da Juventude, que no Brasil é formalmente definida como a faixa etária dos 15 aos 29 anos de idade.

Em relação à ocorrência de assassinatos, o percentual é de 12,4%. O número sobe para 20,2% para assaltos ou roubo com violência, e chega a 25,8% no caso da venda de drogas ilegais no entorno do domicílio. “É fundamental distinguir entre a percepção do risco e o risco real de vitimização. A percepção, que mensuramos no relatório, refere-se à forma como os jovens interpretam a sua própria segurança, influenciada por vivências pessoais, ambiente social, informações que circulam à sua volta e fatores individuais como o gênero, a etnia ou a situação socioeconômica”, afirmou a professora Patrícia Espíndola de Lima Teixeira, coordenadora do Observatório Juventudes da PUCRS, citando que, na percepção dos jovens, a violência é parte da rotina.

O Boletim – Juventudes é uma publicação coordenada pelo Observatório Juventudes da PUCRS, em parceria com o PUCRS Data Social, o GPESC e o Observatório da Segurança Pública da PUCRS. Os dados são todos provenientes da Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios Contínua (PNADc), do IBGE, e foram coletados no ano de 2021 – último ano para o qual o bloco de vitimização e percepção da violência foi adicionado ao questionário daquela pesquisa.

Estudo aponta insegurança dos jovens

Fazer parte da rotina, no entanto, não significa ausência de medo ou sensação de insegurança. No Rio Grande do Sul, 19,7% dos jovens afirmam sentirem-se inseguros no entorno do domicílio de moradia. E este percentual sobre para 37,6% quando se trata do período noturno. No caso das jovens mulheres, a sensação de insegurança chega a 42,7% de noite, mesmo nas proximidades do próprio domicílio. A sensação de insegurança é muito menor entre os jovens que moram em áreas rurais – já que, entre estes, 17% se dizem inseguros à noite – e aumenta muito entre os moradores da região metropolitana, chegando a 56,9%.

O professor Andre Salata, coordenador do PUCRS Data Social, afirmou ainda que:

“a percepção da violência é estratificada por classe, raça, gênero e, também, pelo local de moradia. Os jovens residentes em área urbanas, em especial metropolitanas, apresentam sensação de insegurança muito maior, o que reflete tanto os indicadores objetivos quanto a experiência de relações sociais mais atomizadas das grandes cidades”.

Fonte: Correio do Povo