Duas operações conjuntas entre Polícia Penal, Brigada Militar e Polícia Civil, realizadas entre a noite desta quinta-feira (28) e a madrugada desta sexta (29) mobilizaram dezenas de agentes, na região metropolitana de Porto Alegre. O objetivo foi transferir 17 apenados da Penitenciária Estadual de Canoas para o Módulo de Segurança Máxima da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc).
Conforme a Polícia Penal, a movimentação dos detentos se deu pela conclusão da instalação e homologação dos bloqueadores de celulares na Pasc. Foi a ausência do dispositivo que levou à transferência dos apenados para o Complexo Prisional de Canoas. Ao todo, 23 unidades do Estado receberão os equipamentos. O valor total do contrato é de R$ 28 milhões.
A ação ocorrida na noite de quinta envolveu servidores penitenciários do Grupo de Ações Especiais, dos Grupos de Intervenção Rápida das 1ª, 5ª e 6ª Regiões Penitenciárias, da Divisão de Segurança e Escolta e da Inteligência Penitenciária, todos da Polícia Penal, com apoio da Brigada Militar e da Polícia Civil.
O secretário de Sistemas Penal e Socioeducativo (SSPS), Luiz Henrique Viana, destacou o papel estratégico da Polícia Penal e demais forças de segurança no enfrentamento ao crime organizado.
“A integração e o diálogo contínuo entre os diversos agentes da segurança pública do Rio Grande do Sul têm gerado resultados concretos, refletidos na redução dos índices de violência no Estado. Essa ação é parte de um conjunto de iniciativas do governo voltadas ao combate efetivo ao crime organizado”, ressaltou Viana.
O superintendente da Polícia Penal, Mateus Schwartz, ressaltou a importância da restrição de acesso à telefonia móvel dentro da casa prisional de segurança máxima.
“A conclusão da instalação dos bloqueadores de celular na Pasc, além da autorização do seu uso, é um marco no enfrentamento ao crime organizado. Isso soma-se ao Módulo de Segurança Máxima que contribuirá para desarticulação dessas organizações”, concluiu.
Módulo de segurança máxima
A Pasc passará a contar com um módulo de segurança máxima, com 76 celas individuais destinadas, prioritariamente, para líderes de grupos criminosos envolvidos com homicídios dolosos, inviabilizando, a partir do isolamento, qualquer tipo de comunicação. Iniciada em 2022, a construção do novo pavilhão foi possível a partir de um investimento do governo do Estado de aproximadamente R$ 30 milhões.
A partir da instalação da 3ª Vara de Execuções Criminais da Comarca de Porto Alegre (3ª VEC/POA), programada para esta sexta-feira (29), a Polícia Penal passará a solicitar as autorizações judiciais para a utilização do novo espaço.
Comércio ilegal
Na segunda operação, na madrugada desta sexta, a Polícia Penal, a Brigada Militar e a Polícia Civil desarticularam o comércio ilegal instalado no entorno do Complexo Prisional de Canoas. Há suspeita de que pessoas que utilizavam as barracas e tendas que permaneciam em frente à unidade pudessem transmitir sinal de celular para apenados, além de fazerem a venda de produtos sem autorização da prefeitura.
Os agentes retiraram 17 tendas do local. Todos os bens confiscados poderão ser retirados pelos proprietários a partir da próxima segunda-feira (2) junto à 1ª Delegacia Penitenciária Regional, em Canoas. O Grupo de Ações Especiais também efetuou a prisão de duas pessoas que tentavam entregar ilícitos na penitenciária com o uso de drones.
O comércio visava atender aos familiares de pessoas privadas de liberdade, com a venda de produtos alimentícios, dentre outros itens, e poderia servir como esconderijo dos aparelhos transmissores de sinal de internet.
Entre as demais medidas imediatas de segurança adotadas pelo Estado , estão o patrulhamento durante 24 horas por dia pela Brigada Militar no local e o incremento, por parte da prefeitura de Canoas, do monitoramento por câmeras nas imediações do complexo prisional conectado ao cercamento eletrônico do Estado.