Em meio a um cenário de queda nos preços médios dos principais produtos vendidos pelo Rio Grande do Sul, as exportações do agronegócio gaúcho somaram US$ 4,5 bilhões no terceiro trimestre de 2024, baixa de 1,4% em relação ao mesmo período do ano passado.
Apesar da alta registrada em segmentos como o de fumo e seus produtos (total de US$ 732,6 milhões; +1,2%) e de produtos florestais (total de US$ 334,4 milhões; +25,0%), as reduções nas vendas de carnes (total de US$ 586,3 milhões; -10,3%), complexo soja (total de US$ 2,2 bilhões; -2,3%) e cereais, farinhas e preparações (total de US$ 203,7 milhões; -13,9%) foram decisivas para os números do período.
Os dados são do boletim Indicadores do Agronegócio do RS, divulgado nesta quinta-feira (28/11) pelo Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (DEE/SPGG). Elaborado pelo pesquisador Sérgio Leusin Júnior, o material traz informações sobre as exportações no terceiro trimestre e do acumulado do ano e do emprego formal no campo.
O valor exportado no trimestre no agronegócio representou 73,1% do total vendido a outros países pelo Estado no período. Em termos absolutos, a redução no trimestre foi de US$ 65,4 milhões.
Terceiro trimestre 2024
A queda nos preços médios no mercado internacional afetou os valores das vendas de alguns dos principais produtos gaúchos do agronegócio. No segmento de carnes, a carne de frango apresentou uma redução de 18,9% no valor exportado (total de US$ 297,74 milhões) e no complexo soja, o farelo teve queda de 22,2% (total de US$ 362,03 milhões).
Conforme o boletim, o segmento de produtos florestais apresentou avanço em função da elevação das vendas da celulose (total de US$ 257,19 milhões), principal produto do segmento, com alta de 43,6% em relação ao mesmo período de 2023, beneficiada pela alta nos preços médios (+50,4%).
Em relação aos principais destinos das exportações, China (37,6%), União Europeia (13,5%), Estados Unidos (4,6%), Irã (3,5%), Vietnã (3,1%), Emirados Árabes Unidos (2,4%) e Argentina (2,2%) lideram o ranking do período, concentrando 66,9% do total vendido a outros países pelo Rio Grande do Sul.
Entre janeiro e setembro de 2024, as exportações do agronegócio gaúcho somaram US$ 11,1 bilhões, queda de 8,3% na comparação com o mesmo período do ano anterior, o que em números absolutos representa uma baixa de US$ 995,7 milhões.
Emprego formal
O terceiro trimestre de 2024 apresentou um saldo negativo de 3.919 postos de trabalho com carteira assinada no agronegócio do Rio Grande do Sul. Ainda que seja tradicional no período o saldo negativo de vagas no setor em função da desmobilização da mão de obra após a colheita das lavouras e redução da atividade nas indústrias do segmento, os meses entre julho e setembro tiveram um saldo negativo de vagas menor do que a registrada em 2023. No ano passado, o saldo foi negativo em 8.603 vagas formais.
Em relação aos três segmentos que constituem o agronegócio (“antes”, “dentro” e “depois” da porteira), o segmento “antes da porteira” (setores dedicados ao fornecimento de insumos, máquinas e equipamentos) apresentou saldo positivo (290 postos), assim como o “dentro da porteira” (formado pelas atividades agropecuárias), com 195 postos. O segmento “depois da porteira”, formado pelas atividades agroindustriais, registrou saldo negativo de 4.404 postos.
No acumulado dos nove primeiros meses do ano, o saldo de empregos criados no agronegócio gaúcho foi positivo em 2.373 postos, com um total de 384.065 vínculos ativos no mês de setembro. O setor de comércio atacadista liderou a criação de empregos no agronegócio gaúcho, com um saldo de 1.487 postos, seguido da produção de lavouras permanentes, com 1.131 postos na soma do ano. O setor de abate e fabricação de produtos de carne segue como o maior empregador do agronegócio gaúcho, com 66.943 vínculos ativos, seguido do comércio atacadista de produtos agropecuários e agroindustriais, com 53.446 vínculos.