A Polícia Civil anunciou que deve pedir à Justiça, a exumação do corpo de José Lori da Silveira Moura, pai de Deise Moura dos Anjos. Ela é investigada como suspeita de envenenar e matar quatro pessoas da mesma família, entre os meses de setembro e dezembro, em Torres, no Litoral Norte do Estado.
O inquérito policial obteve informações sobre uma conversa entre Deise com a sogra, Zeli Teresinha Silva dos Anjos, uma das vítimas do bolo envenenado.
“O Paulo morreu como o meu pai”, teria dito Deise para a sogra.
Pelo diálogo descoberto na perícia do celular da suspeita, os investigadores levantaram a hipótese de que o pai também possa ter sido envenenado. Por causa disso, a Polícia avalia fazer o pedido de exumação do corpo dele.
José Lori morreu em 2020, aos 67 anos. A causa da morte foi atestada com cirrose. Ainda segundo a investigação, uma troca de mensagens entre as duas ocorreu após a morte do sogro de Deise, Paulo Luiz dos Anjos, em setembro do ano passado. Apesar de ter a morte atestada como por intoxicação alimentar, a exumação do corpo dele, ocorrida na semana passada, identificou a presença de arsênio no cadáver.
Deise está em prisão temporária decretada pela Justiça desde o dia 5 de janeiro. O motivo é a suspeita do envenenamento de um bolo com arsênio. Seis pessoas passaram mal após o consumo da sobremesa. O IGP detectou a presença de arsênio em três delas.
Novos procedimentos
Nesta terça-feira (14), a Polícia Civil confirmou que encaminhou ao Instituto-Geral de Perícias (IGP) um pedido para coleta de sangue do marido e do filho de Deise. A finalidade é verificar se há ou não a presença de veneno em familiares próximos à investigada.
Conforme a investigação, a mulher teria utilizado o veneno para cometer crimes em série. Há suspeita de que o marido e o filho de Deise, de nove anos, tenham sobrevivido a tentativas de envenenamento.
A intenção da polícia é ouvir o depoimento do marido de Deise, na condição inicial de testemunha. Isso porque não há indícios que ele tenha participado do envenenamento da mãe e familiares. Porém, a participação dele não está descartada pelos investigadores.
Contraponto
Por meio de nota, a defesa de Deise afirma que as declarações da Polícia Civil ainda não foram judicializadas no procedimento sobre o caso. Por isso, aguarda a integralidade dos documentos e provas para se manifestar.
O documento informa ainda que já foram feitos requerimentos e esclarecimentos no inquérito judicial referentes ao andamento da investigação. Além disso, que a defesa aguarda a decisão do Poder Judiciário.