A nova ponte entre Tramandaí e Imbé, no Litoral Norte do Estado, teve a licença prévia emitida pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), em dezembro do ano passado. A previsão é de que a obra comece ainda neste ano.
A travessia ligará a avenida Nilza Godoy, em Imbé, às ruas Alfredo Elias e São Salvador, em Tramandaí. O custo é estimado em R$ 80 milhões. Deste valor, R$ 40 milhões já foram disponibilizados pelo governo gaúcho.
A estrutura suspensa será uma alternativa à ponte Giuseppe Garibaldi. A travessia sofre com congestionamentos e limitações estruturais, principalmente, durante a temporada de verão, com o grande movimento de veículos que circula pela região.
Expectativa
O início da construção causa expectativa nos prefeitos dos dois municípios. A nova ponte também é considerada pelas prefeituras como um marco para a mobilidade urbana, garantindo mais fluidez no trânsito e promovendo o bem-estar da população local e dos veranistas.
Segundo o prefeito de Imbé, Ique Vedovato, o projeto é articulado há mais de uma década.
“Há dez anos trabalhamos para garantir recursos e superar desafios técnicos e ambientais. A nova ponte será construída sem pilares no leito do rio, garantindo a preservação da fauna local, incluindo os botos, e proporcionando mobilidade e segurança aos moradores e visitantes”, salienta Ique.
Já o prefeito de Tramandaí, Juarez Marques da Silva, também acredita que a nova ponte vai agilizar o deslocamento entre as duias cidades.
“Essa ponte é uma obra de extrema importância. Há décadas enfrentamos congestionamentos na travessia durante o verão, com motoristas levando até três horas para percorrer esse pequeno trecho. Agora, com o aumento populacional em nossa região, esses problemas ocorrem até mesmo em períodos de baixa temporada”, salienta Juarez.
Transparência
Mesmo com a perspectiva de desenvolvimento ligada ao projeto, ambientalistas questionam a falta de transparência no processo e defendem que a situação seja amplamente discutida. entidades como a Associação Comunitária Imbé Braço Morto (ACIBM) e o Movimento Unificado em Defesa do Litoral Norte (MOVLN) ponderam que a construção respeite a biodiversidade do Rio Tramandaí, especialmente o boto-de-Lahille, espécie ameaçada de extinção.
Segundo a prefeitura de Tramandaí, todas as determinações legais serão cumpridas, incluindo a realização de audiências públicas nas duas cidades. O prefeito diz que as audiências serão realizadas após a finalização dos projetos.
Governo do Estado e Fepam garantem que a ponte será construída de forma a preservar o ecossistema local.
“Será uma estrutura suspensa, sem pilares na água, o que protege a fauna e garante a segurança ambiental. A altura mínima de 5,70 metros também permitirá a navegação no rio”, ressaltou o vice-governador Gabriel Souza na cerimônia de entrega da licença prévia.
Atualmente, o tráfego entre Tramandaí e Imbé é feito pelas três pontes do complexo Giuseppe Garibaldi, construído há mais de 70 anos. Com capacidade máxima de 23 toneladas, a estrutura frequentemente opera acima do limite, recebendo cargas de até 50 toneladas, além de enfrentar congestionamentos diários. A nova ponte terá a inclusão de passarelas para pedestres, que deve contribuir para o aproveitamento turístico do Litoral Norte.