Artes Marciais

Lutadores de Bento Gonçalves estão em Abu Dhabi para disputa do Mundial de Jiu-Jitsu

Imagem: Arquivo Pessoal
Imagem: Arquivo Pessoal

Nos próximos dias, três atletas de Bento Gonçalves entrarão no tatame para buscar o título mundial no jiu-jitsu. Douglas Ramos, Andryo Fracalossi e Fábio Nunes competirão no Abu Dhabi World Professional Jiu Jitsu Championship já neste próximo domingo (14). Os três lutadores já estão nos Emirados Árabes Unidos ajustando os últimos detalhes para buscar o pódio na competição que se estende até o dia 19 de novembro.

No país do Oriente Médio, o Jiu-jitsu é considerado esporte nacional, e, por conta disso, muitos campeonatos internacionais e de alta relevância para comunidade são realizados por lá. Tamanha a importância desta arte marcial para os Emirados Árabes Unidos, que o trio de atletas viajou com antecedência para poder treinar com outros praticantes e, também, adaptar-se a rotina e fuso horário.

Na reta final do camp (como é chamada a preparação para lutas) os artistas marciais conversaram com a equipe do Grupo RSCOM. Durante a entrevista, falaram sobre como tem sido estes ajustes finais que estão acontecendo nas últimas semanas antes do campeonato mundial, as diferenças do esporte em relação ao Brasil e, também as expectativas para chegar ao lugar mais alto do pódio.

Douglas, que disputará a categoria faixa preta PRO até 69kg, destacou que o maior inimigo até o momento tem sido o fuso horário e o calor da região.  “A grande diferença é que a gente vê aqui, a primeira diferença, que é bem impactada, é o fuso horário. É o primeiro que a gente sente, logo que se chega aqui demora de quatro a cinco dias para melhorar porque fica remando todos os dias para tentar sobreviver por causa do fuso horário. O clima também. Na rua é 30, 40 graus, dentro de um ambiente da academia é 19 e 18 graus e é um treino bastante intenso. Tem bastante gente que treina duro aqui nos Emirados mas acho que a principal dificuldade que eu vejo que é a grande diferença mesmo assim é a questão do fuso que vem nos atrapalhando.”

Fábio Nunes, que lutará na categoria faixa preta Master II, até 62kg também confirmou a questão. Para ele, o fuso horário é um fator mais recente, visto que chegou nos Emirados há pouco mais de uma semana. “Com certeza, com certeza, porque muda muito. Você está num ritmo e com essa mudança [fuso horário] que deixa totalmente fora, é surreal. Não consegue. Você está adaptado a fazer um treino de uma hora numa intensidade altíssima que não consegue fazer cinco minutos nessa mesma intensidade então ele [fuso horário] desgasta bastante o corpo até se adaptar.” Destaca o lutador.

Um dos objetivos dos lutadores de Bento Gonçalves era ir para os Emirados Árabes e poder treinar com outros praticantes que possuem grande experiência em competições de nível tão alto como o Campeonato Mundial. E, um dos que mais tem aproveitado a oportunidade para evoluir, é Andryo. Ele, que é o mais jovem dos três, frisou o quanto sua técnica como lutador e, também como pessoa.

Imagem: Arquivo Pessoal

O rapaz, que competirá na categoria juvenil II até 62kg, vê sua evolução superar as expectativas e, crê cada vez mais, que a medalha de ouro logo estará em seu pescoço. “As expectativas aumentaram sim. Eu já vinha com a cabeça um pouco pensando em conquistar o lugar mais alto do pódio mas agora eu treinei muito mais. Me sinto muito mais focado e instruído com essa experiência que eu tive aqui. Me sinto muito melhor. Eu sei que vou ser campeão.” Cravou.

Por fim, Douglas destacou o que pôde perceber ao longo do último mês em Abu Dhabi em relação à cultura do jiu-jitsu. De acordo com ele, os Emirados Árabes Unidos respiram a arte marcial, das escolas até à polícia, todos têm contato com a arte suave em uma estrutura sem igual. Fator este que, segundo o lutador, atrai diversos brasileiros.

“A diferença é que os Emirados Árabes respiram jiu-jitsu. Eles têm jiu-jitsu no colégio. Eles têm jiu-jitsu no exército, na polícia. Todo mundo aqui, não é que eles são obrigados, mas as pessoas passam a ter um contato com o jiu-jitsu não existe um local, um residente que não conheça o esporte. A gente liga a televisão aqui e está passando jiu-jitsu. Então isso é uma questão muito diferente do Brasil. Somos o país do jiu-jitsu, temos a raiz do jiu-jitsu, temos muitas vezes a qualidade técnica, mas é por isso que muitos brasileiros estão vindo para cá morar, porque aqui tem investimento, aqui tem a troca através do conhecimento.”

Os três entrarão no tatame nos próximos dias e é possível acompanha-los através das redes sociais, @douglasramosbjj @andryo_bjj e @fabiorbnunes. Nos dias da competição, haverá transmissão ao vivo gratuita pelo canal do Youtube da AJP Tour