Mais um episódio de racismo contra o jogador brasileiro Vinícius Júnior foi registrado neste domingo, 21, no Campeonato Espanhol, conhecido como La Liga. Além da revolta natural que o caso por si só gera, também houve um elemento a mais, o fato do atacante ter sido expulso. Tudo aconteceu no segundo tempo da partida entre Real Madrid e Valência, que precisou ser paralisada após a torcida presente no estádio Mestalla começar a chamar o atacante de “Mono”, macaco na tradução para o português. Os gritos se fizeram presentes durante todo o jogo que acabou com a derrota do Real Madrid por 1 a 0, mas foi no segundo tempo, quando Vinícius Júnior reclamou com arbitragem de uma segunda bola em campo que atrapalhou sua jogada, que as hostilidades se fizeram presente fortemente. O atleta chamou o árbitro Ricardo de Burgos Bengoetxea e denunciou os atos racistas, apontando para a torcida, local de onde vinham os grito. O juiz conversou com os atletas e com os técnicos dos dois times. Foi necessário até o sistema de som do estádio ser acionado para pedir dois avisos, um referente a paralisação do jogo e outro informando que a partida só seria retomada após o encerramento das hostilidades.
O jogo ficou paralisada por cerca de oito minutos até que fosse retomado, mas, nos minutos finais, outra confusão foi registrada dentro da área e o goleiro Mamardashvili partiu para cima de Vinícius Júnior. Ambos receberam punição, assim como os demais jogadores envolvidos, contudo, o VAR pegou uma agressão do brasileiro no rosto do atacante Hugo Duro e o árbitro cancelou o cartão amarelo e o puniu com o vermelho. A questão é que, conforme possível ver nas imagens da transmissão, Hugo Duro deu um golpe de mata-leão no jogador brasileiro e não teve a mesma penalidade, o que gerou a revolta. A caminho do vestiário após a expulsão, Vinícius Júnior, que saiu de campo aplaudindo e fazendo comentários, foi cercado por integrantes da comissão técnica do Valência e jogadores que estavam no bando de reserva, o que fez com que ele precisasse ser escoltado para deixar o gramado.
Vinicius Júnior detona La Liga e deixa futuro no Real em aberto após mais um caso de racismo: ‘Campeonato de racista’
O atacante Vinicius Júnior usou as redes sociais para se manifestar sobre o ocorrido no jogo deste domingo, 21, entre Real Madrid e Valência, o jogador foi, mais uma vez, vítima de racismo e foi expulso ao final da partida por se envolver em uma confusão com o goleiro adversário. Pela primeira vez, ele deixou em aberto a possibilidade de deixar o Real Madrid. “O prêmio que os racistas ganharam foi a minha expulsão! No es fútbol, es La Liga“, escreveu o brasileiro em um comentário breve no story. Já em uma publicação compartilhada em seu Instagram ele fez um pronunciamento maior. “Não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. O racismo é o normal na La Liga. A competição acha normal, a Federação também e os adversários incentivam. Lamento muito”, escreveu o atacante, acrescentando: O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi, hoje é dos racistas”. O atleta fez questão de deixa claro que atos como esses não vão o desmotivar. “sou forte e vou até o fim contra os racistas. Mesmo que longe daqui”, disse. Constantemente, Vini Jr é vítima de racismo na Espanha por parte de torcida adversária do Real Madrid. O episódio de hoje foi mais um e gerou uma revolta ainda maior pelo fato dele ter sido expulso por agressão, enquanto o atleta que lhe deu um mata-leão só recebeu cartão amarelo. A torcida do Valência, durante toda a parte do jogo, ficou proferindo hostilidades, chamando o jogador de “Mono”, macaco na tradução. Mas foi só no segundo tempo, após o atacante reclamar de uma bola a mais em campo, que a partida foi paralisada por cerca de oito minutos e só foi remorada após o encerramento dos xingamentos e cânticos.
La Liga se pronuncia sobre os ataques racistas contra Vinicius Júnior e afirma que abrirá uma investigação
A La Liga se manifestou sobre o episódio ocorrido neste domingo, 21, durante o jogo de Valência e Real Madrid, em que foram proferidos gritos racistas contra o jogador brasileiro Vinicius Júnior. Em comunicado, a entidade disse que vai abrir uma investigação e, sendo provado que houve delito, vai tomar medidas cabíveis. “Informamos que solicitados todas as imagens disponíveis para investigar o ocorrido. Uma vez concluída as investigações e detectado os delitos de ódio, precederemos para tomar ações legais”, disseram em nota. Essa não foi a primeira vez que o atacante brasileiro foi vítima de racista na Espanha. Em outras ocasiões ele também já havia sido chamado de ‘mono’, macaco na tradução, pela torcida adversária. Diante do ocorrido neste domingo, que resultou na expulsão do jogador após seu envolvimento em uma confusão com o goleiro do time adversário, Vini Jr. usou as redes sociais para se manifestar sobre o ocorrido e deixou seu futuro no time madrilenho em aberto. Ele também atacou a La Liga, dizendo que a competição acha normal os insultos proferidos a ele e que o torneio se tornou um campeonato de racista. “Lamento pelos espanhóis que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas. E, infelizmente, por tudo o que acontece a cada semana, não tenho como defender. Eu concordo. Mas eu sou forte e vou até o fim contra os racistas. Mesmo que longe daqui.”
Apesar do posicionamento da La Liga falando que abrirá uma investigação para apurar o ocorrido, nas redes sociais o presidente da competição, Javier Tebas Medrano, atacou o jogador brasileiro, dizendo que ele: “Antes de criticar e insultar La Liga, é preciso que você se informe bem. Não se deixe manipular e certifique-se de compreender plenamente as competências de cada um e o trabalho que temos feito juntos”. O atacante brasileiro rebateu Medrano. “Mais uma vez, em vez de criticar racistas, o presidente da LaLiga aparece nas redes sociais para me atacar. Por mais que você fale e finja não ler, a imagem do seu campeonato está abalada. Veja as respostas dos seus posts e tenha uma surpresa”, escreveu o jogador.