Foto: Ricardo Duarte/S.C. Internacional/Divulgação
Foto: Ricardo Duarte/S.C. Internacional/Divulgação

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul deflagrou, neste domingo (7), a Operação Cartão Vermelho, com o objetivo de combater crimes de ameaça e injúria praticados contra o presidente do Sport Club Internacional, Alessandro Barcellos, e seus familiares. A ação foi coordenada pela Delegacia de Polícia de Investigação Cibernéticas Especiais (Dicesp), sob comando da delegada Isadora Galian.

Ao todo, foram cumpridas cinco ordens judiciais, sendo três mandados de busca e apreensão, em Porto Alegre. Durante a operação, os policiais apreenderam uma arma de fogo, drogas, aparelhos celulares e documentos. Dois investigados também foram submetidos a medidas cautelares, incluindo a proibição de frequentar qualquer partida do Internacional, em qualquer estádio do país, pelo período de seis meses. O descumprimento da determinação poderá resultar na prisão preventiva imediata dos suspeitos.

Foto: PC/Divulgação

Ameaças após partidas

As investigações apontam que as ameaças se intensificaram após jogos recentes do Internacional. O primeiro ataque ocorreu em 28 de novembro de 2025, logo após a partida entre Internacional e Vasco da Gama, no Rio de Janeiro. Na ocasião, Alessandro Barcellos passou a receber mensagens com xingamentos e ameaças diretas de violência física em seu telefone pessoal.

Mesmo após o bloqueio do número, o autor voltou a agir no dia 3 de dezembro de 2025, depois do confronto entre Internacional e São Paulo. Desta vez, as ameaças foram direcionadas ao perfil da esposa do dirigente em uma rede social, com intimidações que se estendiam aos familiares. Segundo a polícia, o teor das mensagens indicava que o suspeito acompanhava a rotina da família, o que elevou o nível de preocupação com a segurança.

A Polícia Civil também apurou que Barcellos não teria sido a única vítima. Outras ameaças foram registradas, supostamente vindas de integrantes de torcida organizada, após a divulgação indevida do número de telefone do presidente.

Suspeitos têm antecedentes criminais

Dois suspeitos foram identificados pelas práticas criminosas. Um deles possui vasta ficha policial, com registros por ameaça, dano, lesão corporal e posse de entorpecentes, além de ter deixado recentemente o sistema prisional. O outro investigado tem histórico de violência doméstica e inúmeras ameaças, segundo a polícia.

Jogo decisivo aumentou risco

A urgência da operação também foi motivada pela aproximação da partida decisiva entre Internacional e Bragantino, marcada para este domingo, às 16h, no Estádio Beira-Rio. De acordo com a Polícia Civil, havia risco real de que as ameaças se concretizassem com a proximidade do confronto.

A delegada Isadora Galian destacou que a polícia permanece atenta ao combate de crimes cometidos no ambiente digital. “A paixão pelo futebol não pode servir de justificativa para práticas criminosas. Ameaçar, intimidar e ofender são crimes graves. Quando essas condutas ocorrem pelas redes sociais, a pena é ainda mais severa”, afirmou.

As investigações seguem em andamento e novos crimes poderão ser imputados aos suspeitos caso surjam outros desdobramentos.