
O Paraná Clube escolheu uma data simbólica para tentar virar a página mais difícil de sua história. Na última sexta-feira (19), data de seu 36º aniversário, o clube oficializou a venda de sua Sociedade Anônima do Futebol (SAF) para a NextPlay Holding SA. O acordo já foi protocolado na Justiça e aguarda apenas a homologação para entrar em vigor.
A operação é estratégica e visa dar fôlego financeiro ao clube, que ainda lida com um complexo processo de Recuperação Judicial. A NextPlay assume 90% das ações da SAF. O pacote vendido inclui a SAF e a sede da Vila Olímpica do Boqueirão, conjunto avaliado em R$ 42,08 milhões.
A sede social da Avenida Kennedy será leiloada com lance mínimo de R$ 60 milhões. Todo o valor arrecadado será destinado exclusivamente ao pagamento dos credores. A nova gestão promete investimentos progressivos para tirar o Paraná do “limbo” esportivo. O objetivo central é recolocar o time em uma divisão nacional até 2028.
Caso o clube alcance a Série D, a NextPlay sinaliza um investimento mínimo de R$ 21,9 milhões naquela temporada para garantir a competitividade.
Apesar do otimismo com a SAF, o caminho de volta ao topo será longo. O Paraná Clube inicia 2026 sem calendário nacional e terá que disputar a Divisão de Acesso do Campeonato Paranaense (a segunda divisão estadual). A competição começa em 28 de fevereiro.
O Tricolor lutará contra outros nove clubes para retornar à elite do estado e, a partir daí, buscar vagas em competições da CBF. Este movimento coloca o Paraná no mesmo caminho de outros gigantes brasileiros que buscaram na SAF a solução para crises financeiras profundas.