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Com pouco apoio, Brasil de Farroupilha Feminino estreia domingo no Brasileirão A2

Foto: Divulgação/Brasil de Farroupilha
Foto: Divulgação/Brasil de Farroupilha

O Brasil de Farroupilha Feminino, único representante do Rio Grande do Sul no Campeonato Brasileiro série A2, faz a sua estreia na competição neste domingo (16), contra a Ponte Preta, no Estádio Moisés Lucarelli, em Capinas, em São Paulo, às 15h.

Em entrevista ao Grupo RSCOM, o Diretor do Departamento Feminino do Brasil, Cristian Tonin, comentou que o time iniciou a pré-temporada em março com o objetivo de valorizar a equipe. Segundo ele, o Brasil não teria a obrigação de ter um time feminino, diferente de outros clubes, por uma exigência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Em Farroupilha, a ideia é fomentar a modalidade. Para tanto, hoje, o time arca com com as despesas de cerca de 15 meninas que vieram para a cidade exclusivamente para jogar pelo clube, ao lado das demais, que moram e trabalham na cidade.

Porém, conforme Tonin, ainda existe um preconceito com mulheres no futebol e isso tem impactado diretamente nas finanças do clube. Aliado a pandemia, que fez os investimentos no esporte diminuírem, o diretor acredita que pelo fato do time ser composto por mulheres, existe a ideia de quem não haverá retorno no investimento.

Hoje o clube conta com poucos apoiadores que colocaram suas marcas em painéis no Estádio das Castanheiras. Tonin diz que ainda há espaços publicitários tanto no gramado quanto na camiseta que as meninas irão usar, inclusive em jogos televisionados para todo o país.

Um dos pontos que chamou a atenção foi a negativa do Banrisul em patrocinar o time feminino farroupilhense. No Rio Grande do Sul, a estatal apoia praticamente todos os clubes profissionais masculinos, independente da série que este disputa. Há casos de times que jogam a Série D do Brasileirão e que recebem dinheiro do banco.

O diretor falou sobre a situação envolvendo o banco.

“Nós buscamos de várias formas, conversamos com pessoas do banco, dos mais diferentes departamentos, para mostrar o projeto. Fizemos reuniões, apresentamos a evolução, o planejamento, a forma como o time existia e não fomos atendidos. O banco optou por não enviar nenhum tipo de patrocino ao clube e nós sentimos que isso ocorreu por termos apenas o time feminino disputando uma competição nacional e é este preconceito que nós queremos mudar”, disse.

Mesmo com as dificuldades, Tonin diz que o time, Campeão do Interior nas últimas duas edições do Gaúchão, vem trabalhando forte a que a expectativa para essa temporada é a melhor possível, prevendo vitórias dentro e fora dos seus domínios, após contratações pontuais para o clube, aliadas as meninas que já estavam no plantel do ano passado. A primeira meta é passar pela primeira fase e chegar às oitavas de final da competição nacional.