Durante manifestação, o vereador Lucas Caregnato (PT), presidente do legislativo caxiense, propôs que parte da estrutura do Instituto Estadual de Educação Cristóvão de Mendoza seja utilizada como sede temporária do futuro campus da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Caregnato destacou a empolgação em acompanhar a implantação do campus da UFRGS em Caxias e anunciou que vai levar essa sugestão formalmente à Frente Parlamentar e à própria universidade.
Localizada no bairro Cinquentenário (Av. Júlio de Castilhos, 3947), a Cristóvão de Mendoza é uma das escolas estaduais mais tradicionais de Caxias do Sul. Hoje, a quantidade de estudantes dos ensinos fundamental e médio matriculados na instituição não preenche toda a estrutura, que também abriga a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs).
“Não é no sentido de a UFRGS tomar o Cristóvão, de forma nenhuma. O que penso que poderia ser viável é utilizar parte daquele espaço que hoje não está ocupado pelos estudantes para dar conta do início das atividades da universidade”, afirmou Caregnato
Reestruturação e Investimento
A instituição está passando por uma ampla reestruturação — com investimento total de cerca de R$ 20,2 milhões. A primeira fase, com R$ 5,9 milhões, incluiu reformas no ginásio e no auditório (que continuará sendo o maior da cidade, mesmo reduzido para 860 lugares), com entregas previstas até o primeiro semestre de 2025.
A segunda fase, iniciada em agosto de 2024, contempla a reforma geral dos blocos A, B e C e ampliação do refeitório — com investimento adicional de R$ 14,2 milhões e conclusão prevista para o primeiro semestre de 2026.
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Implantação do Campus Serra da UFRGS
O novo campus, conhecido como “Campus Serra”, está previsto para iniciar suas atividades em 2026, em prédio que será adquirido pela UFRGS. A capacidade inicial estimada é de até 2.800 vagas em seis cursos, com investimento de R$ 50 milhões para aquisição do prédio e R$ 10 milhões em equipamentos. A instituição já vistoriou o prédio do antigo campus da UCS, de cerca de 9,8 mil m² em terreno de 12 hectares.
A proposta envolve um convênio com o governo do Estado, preservando o caráter do Cristóvão de Mendoza como escola estadual. A universidade utilizaria parte dos espaços desocupados — como salas, auditório, ginásio — para dar início às atividades pedagógicas, especialmente disciplinas teóricas iniciais. Isso facilitaria a mobilização do campus em área central da cidade, com excelente logística de transporte, sem custos significativos além da manutenção.
A reitora da UFRGS classifica o novo campus como uma “virada de chave para a economia do Rio Grande do Sul”, beneficiando cerca de um milhão de pessoas na Serra Gaúcha. Empresários locais também reforçam a importância da universidade para a qualificação da mão de obra e o desenvolvimento regional; cursos de engenharia foram apontados como prioritários.
A proposta de Lucas Caregnato surge como alternativa viável e estratégica, alinhada ao cronograma da universidade e ao potencial de atração do campus pela comunidade local. Ao aproveitar uma estrutura reformada, bem localizada e em fase de adaptação, a UFRGS poderia iniciar suas atividades com prazos mais rápidos, menor custo inicial e conexão com a comunidade.
A iniciativa deve ser encaminhada à Frente Parlamentar em Defesa da Universidade Federal da Região Nordeste do Estado do Rio Grande do Sul, da Câmara de Caxias do Sul e formalizada à reitoria da universidade e ao governo estadual.
