PROBLEMA GRAVE

Escolas Estaduais de Caxias do Sul enfrentam falta de merendeiras desde o início do ano letivo

Sindilimp tem outro encontro agendado com a Casa Civil na próxima quarta-feira (18). Estado reconhece grave problema, mas até agora não apresentou soluções.

Escolas Estaduais de Caxias do Sul enfrentam falta de merendeiras desde o início do ano letivo Escolas Estaduais de Caxias do Sul enfrentam falta de merendeiras desde o início do ano letivo Escolas Estaduais de Caxias do Sul enfrentam falta de merendeiras desde o início do ano letivo Escolas Estaduais de Caxias do Sul enfrentam falta de merendeiras desde o início do ano letivo
Escolas Estaduais de Caxias do Sul enfrentam falta de merendeiras desde o início do ano letivo; situação motiva reunião do Sindilimp com estado. Foto: Arquivo Leouve
Escolas Estaduais de Caxias do Sul enfrentam falta de merendeiras desde o início do ano letivo; situação motiva reunião do Sindilimp com estado. Foto: Arquivo Leouve

A falta de merendeiras em algumas escolas estaduais de Caxias do Sul têm motivado relatos à reportagem da Rádio Viva e Portal Leouve. Um dos casos apontados é o da Escola Estadual de Ensino Médio Professor Clauri Alves Flores, no Vila Ipê, onde a merenda tem sido restrita a itens como bolacha e frutas, segundo informações recebidas pela reportagem.

Segundo Edina Lopes Cavalheiro, há alimentos disponíveis, mas a falta de funcionários está impedindo que essa alimentação seja preparada e servida aos alunos. Inclusive, as professoras também não podem preparar nada, porque isso configura desvio de função. Ela, que é mãe e madrasta de alunos que estudam na escola, expressa que a situação é preocupante.

“Tivemos reunião e estamos todos indignados com a situação, porque não é justo que as crianças fiquem sem lanche adequado. Já foram feitos diversos contatos com a CRE (Coordenadoria Regional de Educação), mas até agora nenhum retorno”, relata Edina.

Outras mães também demonstram preocupação, como é o caso de Andreia Mazete, que também possui filho e enteado na mesma escola. Conforme ela, há alunos que comiam na escola para ir direto para o trabalho, tanto no turno da manhã como da noite, onde chegam após o trabalho e não têm refeição garantida. A situação impacta na frequência escolar, já que muitos destes estudantes acabam faltando às aulas. 

“Temos também a questão do frio, pois servir bergamota e bolacha não ajuda muito. Precisam de alimentos que além de sustentar, aqueçam. E eu sei que tem alimentos para serem preparados e que irão vencer”, completa Andreia.

Problemas na Contratação de Serviços Terceirizados

Em entrevista à reportagem, Henrique Silva, presidente do Sindilimp, o Sindicato dos Trabalhadores da Limpeza e Conservação, explicou que a situação está relacionada à forma de contratação adotada pelo Estado para a prestação de serviços terceirizados nas escolas. De acordo com ele, trata-se de um problema recorrente, com histórico em anos anteriores.

Henrique afirma que, ao longo do ano, é comum haver trocas de empresas responsáveis pelos serviços de merenda e higienização nas escolas. Segundo ele, essas empresas, em diversos casos, encerram suas atividades sem efetuar o pagamento dos funcionários, o que leva a interrupções na prestação dos serviços. Nessas transições, as escolas permanecem por períodos sem os profissionais necessários.

Ainda segundo o representante sindical, recentemente uma das empresas contratadas deixou de pagar os trabalhadores, o que exigiu a atuação do sindicato por meio de ação judicial. Ele destaca que, enquanto novas contratações não são formalizadas, as escolas enfrentam lacunas na equipe de trabalho.

Sindicato Busca Soluções e Regularização dos Serviços

Para buscar alternativas, o sindicato participou de uma reunião com a Secretaria de Governo do Estado e tem outro encontro agendado com a Casa Civil na próxima quarta-feira (18). O objetivo, segundo Silva, é propor um novo modelo de contrato que inclua garantias como uma conta vinculada para assegurar o pagamento dos trabalhadores, mesmo em caso de saída da empresa contratada, e encontrar uma solução que permita a regularização da prestação dos serviços essenciais nas escolas estaduais.

Henrique Silva confirmou que a situação da Escola Clauri Flores é de conhecimento do sindicato e que há outras instituições de ensino em condições semelhantes, tanto em Caxias do Sul quanto em outras regiões do estado. Em algumas unidades, a direção tem buscado soluções emergenciais por meio de associações de pais e mestres, o que, segundo ele, não substitui a contratação formal feita pelo Estado.

A reportagem também buscou mais informações sobre a situação junto a 4º CRE, que reconheceu a situação e o impasse envolvendo contratos. Segundo a coordenadora, Cristina da Silva Boeira Fabris, um aditivo já está sendo providenciado para que possa ser feita contratação desses trabalhadores de forma terceirizada, priorizando, inclusive, profissionais desta função que morem perto das escolas.