Rio Grande do Sul - O varejo gaúcho encerrou 2024 com um volume de vendas de R$ 257 bilhões, com um crescimento de 8,1% em relação ao ano anterior. Os resultados foram divulgados nesta sexta-feira (14) pela Secretaria da Fazenda (Sefaz), no boletim setorial publicado na revista RS360.
Em dezembro, com o impulso das festas de fim de ano, o setor acumulou R$ 23,5 bilhões em comercializações – o melhor desempenho mensal do período. Na análise trimestral, o varejo também apresentou crescimento, com alta de 6,2% nas vendas em relação ao trimestre anterior e ao mesmo período de 2023.
O levantamento da Receita Estadual considera documentos fiscais de transações de produtos sujeitos à incidência do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Os valores estão corrigidos pelo deflator D-ICMS.
Atacado mantém crescimento e indústria se mantém estável
O atacado também fechou 2024 em crescimento. Na comparação anual, as vendas cresceram 3,8%, somando R$ 235 bilhões. O maior avanço foi na análise trimestral, com alta de 8,4% em relação ao mesmo período de 2023.
Já a indústria demonstrou um cenário de estabilidade no último ano, com leve retração de 0,3% no volume de vendas. No total, o setor registrou R$ 572,2 bilhões em transações. O último trimestre, no entanto, indicou sinais de recuperação. Na comparação com o mesmo período de 2023, houve um crescimento de 5,8%. Entre os segmentos industriais, destacaram-se tabaco (alta de 20,3%), eletrônicos (13,8%) e combustíveis (+10,7%).
Desempenhos têm reflexos na economia gaúcha
O Rio Grande do Sul mostrou sinais de recuperação na economia após as enchentes de maio de 2024, segundo análise da Divisão de Estudos Econômico-Tributários (DEET), da Receita Estadual. A retomada, no entanto, não foi uniforme entre os setores produtivos. A indústria, por exemplo, registrou uma desaceleração no ritmo de crescimento.
Mesmo com as adversidades o Estado acumulou um avanço de 4,3% até novembro, conforme o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR), superando a média nacional de 3,8%. Os dados do Banco Central confirmam a tendência apontada pelo levantamento da Receita.
“Grande parte desse crescimento foi impulsionada pelo agronegócio. Já a indústria gaúcha, segundo dados do IBGE, em linha com a análise da Receita, teve alta modesta de 0,3% até novembro. Além disso, o desempenho dentro do setor foi desigual. Enquanto segmentos como derivados de petróleo e biocombustíveis, metalurgia e fabricação de móveis registraram crescimento expressivo, outros, como máquinas e equipamentos e bebidas, tiveram quedas acentuadas”, diz o comunicado da equipe da DEET.
Análise
O desempenho da indústria e de alguns de seus segmentos será tema da próxima rodada dos Diálogos Setoriais, que começa na quarta-feira (19/2), com transmissão pelo canal da Sefaz no YouTube. O evento contará com representantes da Receita Estadual e de entidades empresariais, que irão analisar os resultados recentes e discutir perspectivas para os próximos meses.