Foto: Alencar Turella/Divulgação
Foto: Alencar Turella/Divulgação

O Rio Grande do Sul registrou uma das menores taxas de desocupação do país e apresentou avanço no rendimento médio do trabalho, conforme dados do Censo Demográfico 2022 e de levantamentos mais recentes do mercado de trabalho. Em 2022, a taxa de desemprego no Estado foi de 3,8%, enquanto o rendimento médio mensal alcançou R$ 3.077, valor 8% acima da média nacional.

Já no terceiro trimestre de 2025, dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua indicam que o rendimento médio real habitual dos ocupados chegou a R$ 3.875, com crescimento de 5,4% na comparação com o mesmo período do ano anterior. A taxa de desocupação foi estimada em 4,1%, mantendo-se no menor patamar da série histórica do Estado.

As informações fazem parte do Boletim de Trabalho e do estudo Cadernos RS no Censo 2022: Trabalho e Rendimento, elaborados com base em dados do IBGE e do Ministério do Trabalho e Emprego.

Mercado de trabalho recente

No terceiro trimestre de 2025, o contingente de desocupados no RS foi estimado em 248 mil pessoas, uma redução de 20,3% em relação ao mesmo período de 2024. A taxa combinada de desocupação e subocupação por insuficiência de horas ficou em 6,7%, também no menor nível da série histórica.

Em contrapartida, a desocupação de longo prazo apresentou alta e atingiu 29,2%, impulsionada principalmente pelo aumento de pessoas com dois anos ou mais em busca de trabalho. O crescimento foi mais expressivo entre mulheres e trabalhadores com alto nível de escolaridade.

No mercado formal, o Estado criou 60,8 mil novos vínculos entre outubro de 2024 e outubro de 2025, o que representa crescimento de 2,1%. O setor de serviços concentrou 62,9% do saldo positivo de empregos, enquanto a indústria teve avanço mais moderado. As novas vagas foram ocupadas, majoritariamente, por mulheres, jovens e trabalhadores com Ensino Médio.

Perfil estrutural segundo o Censo

O Censo 2022 aponta que o RS possuía 9,1 milhões de pessoas em idade de trabalhar, das quais 5,5 milhões integravam a força de trabalho, resultando em taxa de participação de 60,3%, superior à média nacional.

O Estado registrou a quinta menor taxa de desocupação do país e apresentou 76,3% dos trabalhadores contribuindo para a Previdência, o segundo maior percentual entre as unidades da Federação. O Índice de Gini do rendimento do trabalho foi de 0,460, o terceiro menor do Brasil, indicando menor desigualdade relativa.

Apesar dos bons indicadores gerais, os dados também evidenciam desigualdades de renda. Em 2022, o rendimento médio dos homens (R$ 3.438) foi 30,1% superior ao das mulheres (R$ 2.641). Trabalhadores pretos e indígenas registraram rendimentos médios inferiores aos dos trabalhadores brancos.