EMPREGO

Estudo analisa tendências de desocupação no mercado de trabalho do RS

No recorte por cor, o documento mostra que houve maior queda da taxa de desocupação entre negros, em comparação aos brancos, na comparação de 2019 com 2023

A maior retração foi identificada entre os adolescentes de 14 a 17 anos, devido ao aumento do seu contingente de ocupados combinado à retração de sua força de trabalho.
A maior retração foi identificada entre os adolescentes de 14 a 17 anos, devido ao aumento do seu contingente de ocupados combinado à retração de sua força de trabalho. | Foto: Freepik

Embora apresentem 74,83% mais chances de estarem desocupadas do que os homens em 2023, as mulheres diminuíram essa diferença desde 2019, quando o percentual era de 99,95%. Os dados fazem parte do artigo “Desocupação no Rio Grande Do Sul: uma síntese da experiência do período 2019-23“, divulgado. nesta quinta-feira (10/10), pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE).

O estudo divulgado pelo órgão, que é vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), foi realizado a partir de uma demanda da Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Profissional (STDP). O material foi elaborado pelo pesquisador, Raul Luís Assumpção Bastos, a partir de dados anuais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Outro aspecto da redução da desocupação no Rio Grande do Sul, investigado no estudo, é a ocorrência de ampliação ou redução das desigualdades sociodemográficas, em diferentes grupos populacionais no período de 2019 a 2023. Foram analisados recortes variados da força de trabalho, destacando-se a queda da taxa de desocupação entre as mulheres, em relação aos homens.

No que compete ao recorte da força de trabalho por idade, percebeu-se uma redução da taxa de desocupação em cinco dos seis grupos etários analisados, sendo exceção apenas o grupo de idosos.

A maior retração foi identificada entre os adolescentes, de 14 a 17 anos, devido ao aumento do seu contingente de ocupados combinado à retração de sua força de trabalho. Em 2023, a menor taxa de desocupação foi registrada na faixa etária de 45 a 59 anos.

Analisando o recorte sociodemográfico por situação do domicílio, o artigo evidencia que a desocupação é um fenômeno eminentemente urbano, uma vez que 93,5% dos desocupados, em 2019, residiam na cidade.

No recorte por cor, o documento mostra que houve maior queda da taxa de desocupação entre negros, em comparação aos brancos, na comparação de 2019 com 2023. O hiato da taxa de desocupação entre os dois grupos populacionais, desfavorável aos negros, diminuiu de 4,5 pontos percentuais, em 2019, para 1,8 ponto percentual, em 2023, evidenciando a tendência de redução contínua dessa disparidade.

Tendências recentes do mercado de trabalho

Em 2020, primeiro ano da pandemia de Covid-19, a Taxa de Desocupação (TD), no Rio Grande do Sul, alcançou 9,4%, o nível máximo da série temporal iniciada em 2012. Além dos efeitos da crise sanitária, a severa estiagem, pela qual passava o Estado, agravou o quadro de empregos no período.

A recuperação gradual das atividades econômicas nos anos seguintes, entretanto, reduziu a taxa de desocupação, que atingiu o percentual de 5,4% em 2023, o segundo mais baixo da série.

No primeiro ano do período analisado pelo estudo, 2019, a taxa de desocupação no RS retraiu-se em 0,5 ponto percentual, em comparação a 2018, chegando a 7,8%. Com a recessão econômica, provocada pela pandemia, o contingente de desocupados voltou a subir em 2020, tendência que mudaria com a ampliação da vacinação contra a Covid-19 e a retomada da economia.

“Em 2020, a piora na desocupação foi mais acentuada entre os homens, os adultos de 30 a 44 anos, os negros, as pessoas com nível de instrução superior incompleto e nas áreas urbanas. A partir de 2021 e, de forma mais clara, em 2022 e 2023, identificou-se um processo de queda da taxa de desocupação na maior parte dos recortes sociodemográficos”, explica Bastos no artigo.