INDÚSTRIA

Estados pedem adiamento de corte em tarifa de veículos desmontados

Carta enviada à Camex alerta para risco à indústria nacional e perda de empregos

Foto: Freepik / Reprodução
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Os governadores de Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo assinaram, nesta terça-feira (29), uma carta conjunta solicitando o adiamento da deliberação sobre a redução das tarifas de veículos eletrificados desmontados.

O documento foi encaminhado ao vice-presidente da República e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, que também preside a Câmara de Comércio Exterior (Camex).

Medida pode enfraquecer a produção nacional

A carta critica os pleitos em análise na Camex que propõem a redução de tarifas para veículos semidesmontados (SKD) e completamente desmontados (CKD). Segundo os governadores, a mudança pode comprometer empregos, enfraquecer fornecedores locais e desestimular a industrialização.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, reforçou a preocupação com os efeitos da medida sobre a competitividade da indústria brasileira.

“Há uma preocupação muito grande da indústria automotiva brasileira, na qual se insere o Rio Grande do Sul, relacionada a um incentivo que está para ser decidido pelo governo federal, a importação de partes de veículos fabricados em outros países para serem acabados no Brasil”, afirmou Leite.

“Temos uma indústria automotiva bastante forte, com uma cadeia produtiva que envolve não apenas as fabricantes, mas todas as indústrias de autopeças. Esse incentivo acabaria por gerar uma desigualdade na capacidade de competição da produção nacional, ameaçando a industrialização do país”, completou o governador.

O documento também solicita a abertura de um canal de diálogo entre o governo federal e os estados diretamente impactados. Os governadores pedem que qualquer decisão sobre o tema leve em consideração os impactos regionais e setoriais.

“O que nós estamos pedindo ao vice-presidente da República é justamente a possibilidade de discutir melhor esta política de incentivo que, ao olhar da indústria e dos estados produtores, ameaça a nossa competitividade”, concluiu Leite.

Defesa da reindustrialização sustentável

Os signatários da carta reafirmam o compromisso com a reindustrialização sustentável e com a transição para veículos de baixo carbono. No entanto, alertam que isso deve ser feito de forma responsável, preservando a capacidade produtiva e os empregos gerados pelo setor automotivo.

A deliberação da Camex sobre o tema pode ocorrer nas próximas semanas.

Íntegra da carta enviada à Camex