O vice-governador Gabriel Souza se reuniu com a diretoria da Fiergs nesta terça-feira (5) para discutir os efeitos da sobretaxa imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. A tarifa adicional de 50% passa a valer a partir desta quarta-feira (6) e atinge duramente a indústria gaúcha.
Segundo a Fiergs, o Rio Grande do Sul é o segundo estado mais afetado, atrás apenas de São Paulo. Cerca de 85% dos produtos industrializados gaúchos serão taxados, afetando mais de 1.100 empresas exportadoras e colocando em risco 140 mil empregos.
Medidas imediatas e diplomacia internacional
Durante a reunião, Gabriel apresentou três frentes de ação. A primeira envolve a diplomacia com os Estados Unidos, que deve ser conduzida pelo governo federal. Em seguida, ele destacou a mitigação dos danos com medidas locais, como o crédito de R$ 100 milhões com juros subsidiados e o adiantamento de créditos de ICMS. Por fim, defendeu a abertura de novos mercados.
“O momento exige pragmatismo e união. O Estado está agindo, mas precisamos do governo federal para blindar os empregos e a produção nacional”, afirmou.
Fiergs propõe aliança com trabalhadores e governo
O presidente da Fiergs, Cláudio Bier, reforçou a necessidade de uma pauta conjunta.
“Demos um passo importante para criar uma frente entre governo, setor produtivo e trabalhadores. Só assim vamos minimizar os danos dessa crise tarifária.”
Setores como calçados, móveis, fumo, eletroeletrônicos e pesca estão entre os mais impactados.
Governo avalia antecipar créditos de ICMS
O subsecretário da Receita Estadual, Ricardo Neves, anunciou que a Sefaz deve abrir um canal direto para tratar do adiantamento de créditos de ICMS. A estimativa é que o valor represado chegue a R$ 400 milhões, distribuído entre cerca de 200 empresas, principalmente dos setores metal-mecânico e do fumo.
Contudo, a secretária da Fazenda, Pricilla Santana, alertou que o Estado ainda avalia a viabilidade da medida, já que está em Regime de Recuperação Fiscal e não pode comprometer a arrecadação. Uma articulação com a União será necessária.
União de esforços contra o prejuízo
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo, reforçou que o governo estadual está ouvindo o setor produtivo para encontrar saídas práticas.
“A indústria gaúcha é estratégica para as exportações. Precisamos reagir com rapidez e clareza”, disse.
Gabriel Souza finalizou destacando que este não é um debate ideológico.
“Estamos falando de empregos reais, de renda e de competitividade. A hora é de união e foco”, concluiu.