
Os Correios anunciaram a captação de R$ 12 bilhões em crédito, um movimento central do Plano de Reestruturação 2025–2027. O anúncio foi feito pelo presidente Emmanoel Rondon nesta segunda-feira (29). Do total, R$ 10 bilhões serão desembolsados até 31 de dezembro de 2025, e os R$ 2 bilhões restantes em janeiro de 2026, garantindo liquidez para normalizar o fluxo financeiro e quitar dívidas.
A ação marca a Fase 1 do plano, de estabilização emergencial. A empresa parte de um déficit estrutural superior a R$ 4 bilhões anuais, patrimônio líquido negativo de R$ 10,4 bilhões e prejuízo acumulado de R$ 6,057 bilhões até setembro de 2025.
“O crédito nos permite interromper a espiral negativa herdada, recuperar a capacidade operacional da empresa e avançar com segurança na reestruturação. É o ponto de virada para recolocar os Correios em uma trajetória sustentável”, afirmou Emmanoel Rondon.
Alienação de ativos e PDV
Entre as medidas para cortar custos, a estatal vai alienar imóveis sem uso operacional, com expectativa de gerar R$ 1,5 bilhão em receita extraordinária. Outra frente é a reabertura do Programa de Demissão Voluntária (PDV) a partir de janeiro de 2026, com potencial de até 15 mil adesões até 2027, gerando economia anual de R$ 2,1 bilhões.
Controle de despesas e novas fontes de receita
O plano também inclui o reequilíbrio do plano de saúde, para uma economia de R$ 700 milhões anuais, e a renegociação de passivos judiciais. Somadas, essas ações devem reduzir despesas em R$ 5 bilhões até 2028.
Na frente de crescimento, os Correios preveem investimentos de R$ 4,4 bilhões entre 2027 e 2030, financiados pelo Novo Banco de Desenvolvimento (NDB/Brics). Os recursos serão para automação, renovação da frota, TI e logística.
“Este plano vai além da recuperação financeira. Ele reafirma os Correios como um ativo estratégico do Estado brasileiro, essencial para integrar o território nacional, garantir acesso igualitário a serviços logísticos e assegurar eficiência operacional em cada região do país”, afirmou o presidente dos Correios.
A estratégia reposiciona a empresa como um ecossistema integrado de logística, serviços digitais e financeiros. A expectativa é gerar mais de R$ 8 bilhões em receitas adicionais até 2029 e retomar resultados positivos de forma sustentável a partir de 2027.