O Conselho Regional de Desenvolvimento da Serra (Corede Serra) levou à Assembleia Legislativa o debate sobre a transformação de resíduos em uma fonte de receita para os municípios. Em audiência pública, o conselho debateu novas tecnologias e modelos de concessão na gestão de resíduos sólidos urbanos.
O evento foi conduzido pelo deputado Neri, o Carteiro (PSDB), presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente no parlamento, e contou com a presença do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Pepe Vargas (PT), além de autoridades estaduais, representantes de empresas e catadores.
O presidente do Corede Serra, Evaldo Kuaiva, defendeu mudanças nos contratos de concessão para incluir metas de reciclagem, compostagem e geração de energia, com divisão dos lucros entre empresas e municípios. Ele também pediu fomento a parcerias público-privadas com foco em inovação e a atração de investimentos para construir usinas de reciclagem e biogás, vendo os resíduos como uma oportunidade de desenvolvimento.
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Kuaiva apresentou dados da Associação Brasileira de Biogás mostrando que a geração de 3,8 GW seria suficiente para abastecer 2,5 milhões de residências. “Necessitamos de marco regulatório e de vontade política para avançar nesse propósito para termos cada vez mais fontes de energia limpas e renováveis, ao mesmo tempo em que abrimos novas oportunidades para o crescimento econômico e sustentável de nossas comunidades”, disse.
Também foi alertado para o prejuízo econômico causado pelo baixo índice de reciclagem no país. Conforme Kuiava, existe uma perda de R$ 14 bilhões por ano, já que apenas 4% dos resíduos secos são reciclados. “Cada tonelada de plástico reciclado evita a emissão de 3,5 toneladas de CO₂”, reforçou.
Atualmente, o Corede Serra apoia o “Projeto Resíduos Serra”, uma iniciativa que envolve 32 municípios e beneficia mais de 950 mil habitantes. Liderado pela Universidade de Caxias do Sul (UCS), o projeto avança para a instalação de uma usina teste, em um aterro em Apanhador, em Caxias do Sul, capaz de processar cinco toneladas de resíduos por dia, e aguarda a licença de instalação da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam).
