A 11ª edição do boletim econômico-tributário da Receita Estadual sobre os impactos das enchentes nas movimentações econômicas dos contribuintes do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços (ICMS) do Rio Grande do Sul foi publicado nesta quinta-feira (10). O levantamento apresenta indicadores positivos da atividade econômica em setembro.
O destaque ficou por conta do impacto na arrecadação. Em setembro, foram arrecadados R$ 4,55 bilhões em ICMS. O valor é 8,8% acima da previsão inicial de R$ 4,19 bilhões. Com isso, no acumulado entre os dias 1º de maio e 30 de setembro de 2024, foram arrecadados R$ 20,92 bilhões com o imposto.
O montante equivale a um avanço de 4,5% ou R$ 891 milhões a mais do que era projetado antes das enchentes. O desempenho é impulsionado pela retomada da atividade econômica verificada a partir de julho, após quedas expressivas na arrecadação em maio (-17,3%) e junho (-8,9%).
Em alta
As vendas das indústrias tiveram 7,2% de alta em setembro em comparação ao mesmo período do ano anterior. Na visão por setores, os destaques positivos são tabaco (78%), madeira, cimento e vidro (21,1%), eletroeletrônico (19,6%), pneumáticos e borracha (19,4%) e insumos agropecuários (12,8%).
Na avaliação regional, as maiores altas foram verificadas no Vale do Rio Pardo (42,5%), Sul (39,9%), Alto da Serra do Botucaraí (35%), Jacuí Centro (34,7%) e Nordeste (19,3%).
Em queda
As quedas ficam por conta dos setores metalmecânico (-3,2%%) e combustíveis (-2,1%). Na visão regional, as baixas ocorreram nas regiões da Fronteira Noroeste (-47,5%), Alto Jacuí (-21,3%) e Vale do Caí (-19,2%). Os dados refletem não somente os impactos das enchentes, mas também outros fatores econômicos e sazonais.
Compras cresceram
O volume de compras das indústrias também avançou, em setembro, indicando aquecimento da atividade econômica estadual. O nível de compras internas cresceu 18,2% em setembro de 2024 frente a setembro de 2023.
Os destaques foram para os segmentos de combustíveis (147,7%), pneumáticos e borracha (42,2%) e químico (41,3%). Já as compras interestaduais aumentaram 8,2% no período, lideradas pelos setores de tabaco (153,4%), móveis (33,7%) e alimentos (33,6%).
Nível da atividade econômica
O boletim também revela que dos 3.307 estabelecimentos do Regime Geral localizados nas áreas que foram inundadas, 83% tiveram oscilações dentro da normalidade, na última semana de setembro (nível de atividade a partir de 70% do habitual), 5% operaram com nível médio (entre 30% e 70% do normal), e 12% apresentaram nível de atividade baixo – ou seja, volume de vendas inferior a 30% da média normal registrada antes das enchentes.
No caso do Simples Nacional, dos 5.107 estabelecimentos em áreas que foram inundadas, 14% estavam operando com nível baixo, 3% em nível médio e 83% dentro da normalidade. No período mais crítico da crise, o percentual de normalidade esteve na casa dos 30%.