Mesmo com uma pequena redução de -0,7%, no oitavo mês do ano, dados da Federação Varejista do Rio Grande do Sul revelam que o segmento continua sendo líder na recuperação da economia gaúcha pós-enchentes de maio. Conforme uma pesquisa da entidade, no acumulado do ano, o comércio varejista apresenta crescimento de 7,7%.
No varejo ampliado, que considera os setores específicos do comércio, a alta acumulada até agosto é de 7,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Nos dois parâmetros, o Estado apresenta altas maiores do que os índices nacionais.
Entretanto, conforme demonstra o levantamento Panorama do Comércio de outubro, editado pela entidade classista, há preocupação em relação aos próximos meses. Isso porque, no sentido contrário, os setores de Serviços, com queda de -7,4% no RS; e de Indústria, com redução de -0,6% no desempenho de agosto, contrariam as tendências de alta observadas no Brasil.
A pesquisa também alerta para a tendência de alta na inflação. O IPCA de setembro, em Porto Alegre, foi de 2,86%, ainda inferior aos 3,31% registrados em nível nacional. Setores de alimentação, bebidas e transportes respondem por 42% da inflação dos gaúchos, e habitação e saúde, por outros 27% dos gastos.
Destaques
Assim como observado desde o início do ano, as compras de produtos básicos seguem destacadas entre os consumidores gaúchos. Os setores de hipermercados e supermercados (13,4%) e de atacados de alimentos e bebidas (12,6%) tiveram, em agosto, crescimentos superiores ao dobro do registrado no país. A alta no varejo também foi observada, mais uma vez, em setores diretamente ligados à reconstrução e retomada da vida normal nas cidades gaúchas.
Móveis e eletrodomésticos tiveram alta de 12,2% no mês no Estado, o triplo do índice nacional. Em materiais de escritório (19,6%), a alta foi cinco vezes maior do que no país. Também em crescimento, o setor de materiais de construção (3,8%) segue a mesma tendência nacional.
Por outro lado, segue a queda observada nos meses anteriores em relação a itens como combustíveis e lubrificantes, de -3,8%. Também houve redução neste setor no panorama brasileiro, mas menos acentuada.
O Panorama do Comércio aponta, ainda, a maior redução de inadimplentes no Rio Grande do Sul (-3,11%) em relação ao Brasil (-0,32%) neste período. O saldo de empregos no Estado em agosto foi positivo, de 10,4 mil vagas, somente no comércio, foram 2,4 mil vagas.