As chuvas de maio deste ano destruíram a Estação de Tratamento de Água Samuara, em Caxias do Sul, e aceleraram o processo de desativação da unidade por parte do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae). Ainda que a autarquia não tenha definido oficialmente isso, há pontos que deixam a opção de reconstruir uma ETA na localidade inviável, como o custo-benefício.
A estação, situada no bairro Forqueta, foi construída para abastecer o Hotel Samuara e passou a pertencer ao município em 1962 com capacidade para tratar 50 litros de água por segundo. No entanto, atualmente operava com 18 litros por segundo, e já pedia reparos antes mesmo de ser atingida por alagamentos durante a catástrofe climática.
Incapacitada desde então, há duas saídas que estão sendo estudadas pelo Samae: construir uma nova estação na mesma localidade ou implantar um tanque de reservação nas imediações da ERS-122, que utilizaria a água tratada pela ETA Parque da Imprensa, via Sistema Faxinal.
A conclusão sairá até o fim do ano, segundo o diretor-presidente da autarquia, Gilberto Meletti.
“Ela (estação Samuara) teve uma capacidade de tratamento de 50 litros por segundo, mas estava operando na base de 18 litros por segundo. Se você colocar ela operar com toda a capacidade, a reservação talvez não atendesse. É um volume bastante baixo, não representa meio por cento da água de Caxias do Sul. Você manter uma estação de tratamento para tratar um volume pequeno de água torna o custo-benefício inviável“, afirma.
Meletti explica que, após as chuvas, opera no Samuara apenas o sistema de bombeamento, que recebe a água do Faxinal, tratada no Parque da Imprensa.
“É uma estação que já requeria reformas e seria necessário fazermos incrementos para melhorar o seu desempenho anteriormente ao incidente. Quando alagou o local, ela ficou impossível de operar. O que conseguimos recuperar foi o bombeamento. Hoje estamos bombeando (no Samuara) a água que vem do Faxinal, do Parque da Imprensa, para atender Forqueta. Então nossos departamentos de recursos hídricos e técnico estão estudando se, pelo volume de água que ela trata, é viável economicamente e tecnicamente construir uma estação nova”, disse o diretor-presidente.
A ETA Samuara, que possui reservação de 500 mil litros, fornece abastecimento a cerca de 11 mil habitantes dos bairros e loteamentos Conceição da Linha Feijó, parte do Desvio Rizzo, parte do Distrito Industrial, Forqueta, Tirol, Vila Hípica e Vila Romana. Essas regiões correspondem a um índice de atendimento de 1,23% da cidade, segundo o Samae. Sendo assim, é a estação com menor capacidade de distribuição, ficando atrás das ETAs Parque da Imprensa (52,9%), Celeste Gobbato (23,6%) e Morro Alegre (17,2%).