A Prefeitura de Gramado concluiu o processo de desapropriação de seis terrenos na Rua Nelson Dinnebier, localizada no bairro Piratini. Com a área declarada de utilidade pública, a decisão foi publicada no Diário Oficial do município no dia 29 de agosto. Assim, a medida é necessária para permitir a realização de obras de contenção após desmoronamentos que ocorreram em novembro de 2023.
Após o incidente, os moradores precisaram deixar suas casas devido ao aparecimento de rachaduras. Um estudo geotécnico contratado pela Prefeitura indica que será necessário estabilizar o solo para evitar novos desmoronamentos. As desapropriações visam liberar espaço para essas obras, que são consideradas essenciais para garantir a segurança na região.
Indenizações e descontentamento
Em reunião com os proprietários realizada no dia 27 de agosto, a Prefeitura anunciou o valor total das desapropriações: R$ 2,9 milhões. Uma das famílias já assinou o acordo administrativo para receber a indenização, enquanto outras três sinalizaram positivamente, avançando no processo burocrático. No entanto, dois proprietários discordam dos termos e pretendem ingressar na Justiça.
Esses moradores alegam que a construção de uma estrada, que interliga os bairros Piratini e Prinstrop, contribuiu diretamente para os danos em suas casas. Dessa forma, um estudo geotécnico particular, encomendado por eles, apoia essa versão. Atualmente, as casas apresentam faixas e pichações que denunciam o que os moradores acreditam ser a verdadeira causa dos problemas, com frases como “justiça” e “não foram as chuvas, foram as implosões”.
Obras de contenção e próximos passos
Com as desapropriações formalizadas, a Prefeitura de Gramado já se prepara para demolir as casas, como fez anteriormente na região conhecida como Piratini Norte, onde outras ruas também passaram por desmoronamentos.
A administração municipal informou que o local será submetido a três fases de intervenção. A primeira fase envolve técnicas não estruturais, como a proibição de novas construções nas áreas afetadas e o monitoramento topográfico contínuo. Na sequência, será elaborado um projeto básico de contenção, com o objetivo de estabilizar o solo e garantir a segurança das áreas próximas.
Entre as soluções em análise, estão muros de contenção em gabião e solo reforçado, que necessitam de um robusto sistema de drenagem. No entanto, uma outra opção é a instalação de drenos horizontais profundos (DHPs), técnica já utilizada com sucesso no Loteamento Orlandi.
Segundo a Prefeitura, o foco agora é assegurar que a solução adotada atenda a critérios técnicos, sociais e financeiros.