Os caminhoneiros gaúchos que não conseguiam sair da estrada que cruza os Andes, entre Mendoza, na Argentina, e Santiago, no Chile, já podem seguir viagem. Desde junho, cerca de mil condutores estavam parados na província de San Luis, localidade a 250 km da cidade argentina junto à Cordilheira dos Andes por conta de nevascas e deslizamentos de pedras. Trechos de rodovias chilena e argentina foram bloqueados.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Carga de Linhas Internacionais do Rio Grande do Sul (Sindimercosul), Plínio Fontella, o trânsito foi liberado. “Agora, o fluxo está andando, devagar, mas indo, incluindo a sobre a ponte. O problema é se vier tempestade de neve porque as autoridades dão preferência aos carros de turistas”, conta, explicando que, nessa época do ano, a região lota de pessoas que exploram os Andes para esquiar e tirar fotos. Mas a situação, segundo ele, está normalizada e bem diferente do início do mês de julho, quando 4 mil veículos chegaram a ficar ‘presos’ na região.
Além de brasileiros, caminhoneiros uruguaios, paraguaios e bolivianos também ficaram parados na estrada, depois que uma ponte do lado chileno dos Andes caiu em função de uma enxurrada e da nevasca, deixando milhares de veículos estacionados na divisa entre os dois países. Por um bom tempo, o cenário era tenso, segundo o presidente do Sindimercosul. “De dois em dois dias eles entregam meio quilo de batata e meio quilo de cenoura, além de água mineral. Muitos não têm como sair do local porque roubam caminhão”, afirma.
No ano passado, uma nevasca, no mesmo período do ano e local, ocasionou problema parecido, também envolvendo caminhoneiros gaúchos. Na ocasião, alguns motoristas foram resgatados pelo governo chileno, que enviou tropas do exército para retirar as pessoas da tempestade de vento. Segundo o Serviço Meteorológico Nacional (SMN), da Argentina, chuvas intensas e nevascas tiveram acumulações superiores a dois metros na Cordilheira dos Andes. Sucessivas frentes frias e sistemas de baixa pressão que avançaram pelo Oceano Pacífico, provocaram os fenômenos climáticos abundantes e recorrentes nas montanhas.