Comportamento

Ministério Público entrega a PUCRS smartphones de apreensões na rede prisional para restauração

O Projeto Alquimia II visa restaurar os aparelhos e entregar a estudantes da rede pública de ensino que não têm recursos para acompanhar as aulas no ensino remoto

(Foto: MPRS/Divulgação)
(Foto: MPRS/Divulgação)

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) entregou nesta sexta-feira, 7 de maio, mais 190 celulares à Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) para serem restaurados no âmbito do Projeto Alquimia II. A iniciativa consiste em consertar e destinar smartphones apreendidos na rede prisional e em contexto de criminalidade a estudantes da rede pública de ensino que não têm recursos para acompanhar as aulas no ensino remoto, implementado pelo Estado durante a pandemia. Outros cem aparelhos foram encaminhados para a Universidade Regional Integrada (URI) do Alto Uruguai e das Missões, instituição de ensino que também atua em parceria com o MPRS.

Seguindo todos os protocolos sanitários, o ato na PUCRS contou com as presenças do procurador-geral da Justiça, Fabiano Dallazen, do promotor de Justiça Fernando Andrade Alves, idealizador do projeto, e da promotora regional da Educação de Osório, Cristiane Della Méa Corrales. Eles foram recebidos na instituição pelo vice-reitor, Irmão Manuir Mentges, pelo relações institucionais, Solimar Amaro, pela decana da Escola Politécnica da PUCRS, Sandra Einloft, e pelo professor Anderson Terroso, líder do Núcleo de Articulação Acadêmica da Escola Politécnica e coordenador do Projeto Alquimia II na PUCRS. O encontro também serviu para que a universidade devolvesse ao MP aparelhos já restaurados pelo projeto, apreendidos em Osório e Santa Cruz do Sul, estes últimos encaminhados pelo promotor de Justiça Jefferson Dall’agnol.

Para o procurador-geral, o projeto é de uma importância muito grande, principalmente agora na pandemia, quando os alunos das escolas públicas não têm acesso às plataformas de ensino por falta de equipamento adequado. “Um projeto que retira celulares de dentro do presídio, onde ele funciona como instrumento do crime e da criminalidade organizada e recupera em parceria com a universidade que tem a expertise e a credibilidade da PUCRS e devolve a essas crianças, possibilitando uma ferramenta de ensino e de educação, tem todos os méritos. Não somente a parceria é importante, mas o resultado que se produz a partir dela. É uma nova realidade e uma atuação do Ministério Público congregando esforços com a universidade e demais parceiros combatendo o crime em prol da educação”, pontuou Dallazen.

O promotor Fernando Andrade Alves lembrou que esses 190 celulares chegaram à PUCRS devido ao esforço do promotor de Justiça de Rio Grande Marcelo Nahuys Thormann. “A adesão de promotorias das mais diversas regiões faz com que o projeto possa beneficiar estudantes em todo o território do Estado”, observou.

Iniciado em Osório no ano passado, o Alquimia II logo foi replicado por outras promotorias de Justiça, mas em alguns municípios do interior havia dificuldades em encontrar mão de obra especializada em fazer os reparos e formatar os aparelhos. Para transpor esse obstáculo, o MPRS assinou, em 12 de janeiro, um termo de cooperação com a PUCRS, que prevê a restauração destes celulares para acesso à internet e utilização de aplicativos para acompanhar as aulas virtuais. Celulares sem essas funcionalidades são recondicionados para uso do corpo docente das escolas na organização das atividades curriculares. Na sequência, a URI e a Unijuí também aderiram ao programa. Finalizada a entrega desta nova remessa, o MPRS terá repassado às universidades cerca de 1,3 mil aparelhos.

Além de estar sendo reproduzido dentro do RS, o projeto ganhou notoriedade país afora e acaba de ser implementado pelo MP do Mato Grosso do Sul (MPMS). O Projeto Transforme nasceu a partir de trocas de informações entre a promotora de Justiça Jiskia Trentin, do MPMS, e o promotor Fernando Andrade Alves. Lá, já foram entregues para a Faculdade Estácio de Sá fazer reparos 1.403 aparelhos disponibilizados pela Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen).