Comportamento

Maioria dos vereadores de Farroupilha diz não ter voto definido para sessão de julgamento do impeachment

Foto: Divulgação/Gabriel Venzon
Foto: Divulgação/Gabriel Venzon

A Câmara de Vereadores de Farroupilha terá, nesta sexta-feira (15), uma sessão histórica. Pela primeira vez nos 85 anos do município haverá uma votação que pode cassar o mandato de um prefeito. O impeachment de Claiton Gonçalves (PDT) será decido no voto dos 15 vereadores da atual Legislatura. Para que o prefeito perca o seu mandato, é necessário que dois terços dos votos sejam favoráveis, ou seja, ao menos 10 vereadores.

Ao todo, quatro itens serão postos para apreciação. Claiton deixará a prefeitura se for condenado em um deles, mesmo que seja absolvido nos demais.

A reportagem do Portal Leouve entrou em contato com os vereadores e os questionou com relação aos votos. Perguntados se já tinham uma definição, a grande maioria disse que ainda está analisando o parecer entregue pelo relator da Comissão Processante, vereador Sedinei Catafesta, para decidir o voto.

Jorge Cenci, do MDB, que é relator na Comissão Processante do outro impeachment que Claiton responde, disse que ainda não havia lido o parecer e não tinha definido voto. Ele disse estar finalizando o seu relatório.

Também membros do MDB, os vereadores Arielson Arsego e Jonas Tomazini, vozes fortes na oposição ao prefeito, disseram que devem votar acompanhando o relator, que aponta a cassação de Claiton em três, dos quatro itens do pedido.

Os outros dois membros da bancada, vereadores José Mario Bellaver e Eleonora Broilo não foram localizados para comentar sobre seus votos.

A segunda maior bancada da Casa Legislativa, a do Progressistas, é representada pelos vereadores Josué Kiko Paese, que disse não ter voto definido por estar lendo o parecer final; Sandro Trevisan, que seguiu a linha do colega de partido e disse que decidirá o voto conforme a sessão for transcorrendo e Tadeu Salib dos Santos, que não atendeu as ligações.

O presidente da Câmara de Vereadores, Fernando Silvestrin, do PL, disse que passou a quarta-feira envolvido com a organização da sessão e ainda não tinha lido o parecer. Porém, o presidente ressaltou ser a favor da legalidade e que se o houve alguma irregularidade, ela deve ser analisada. Quanto ao voto em si, disse ainda não saber como irá proceder.

Dos dois vereadores do mesmo partido do prefeito, o PDT, apenas Deivid Argenta comentou sobre o voto. Ele diz que a tendência é o voto contrário ao impeachment. Para Argenta, mesmo que o prefeito tenha errado em suas decisões, não houve um ato de corrupção ou de má fé. Ele ainda destaca que este não é o momento para um afastamento devido a proximidade com as eleições. Já Tiago Brunet não foi localizado.

Tiago Ilha, do REPUBLICANOS, que voltou a Câmara na quarta-feira, disse que irá se manifestar apenas em plenário.

O presidente da Comissão Processante número 2, Fabiano Piccoli, no PSB, disse que não iria manifestar seu voto para não comprometer o trabalho da comissão.

O relator do parecer, Sedinei Catafesta, do PSD, disse que também não comentaria seu voto para não induzir ou dificultar a decisão de outro colega. Ele diz ter feito um trabalho elaborado no texto final e que este deve ser usado como base aos votos dos demais parlamentares.

Defensora e aliada do prefeito Claiton, a vereadora Glória Menegotto, do REDE SUSTENTABILIDADE, disse ter sido pega de surpresa com a sessão já nesta sexta-feira e que também não iria abrir o voto antes, falando apenas em plenário.

Devido a pandemia da Covid-19 e em respeito ao decreto vigente na cidade, a sessão terá um número reduzido de pessoas. Serão destinados 10 lugares para profissionais da imprensa devidamente credenciados e 20 lugares serão destinados ao público em geral. A previsão é de que a sessão seja encerrada perto da meia noite.