Comportamento

Jornalista brasileira relata como Nova York, a cidade que nunca dorme, luta contra a Covid-19

Quinta reportagem da série "A bandeira verde e amarela no mundo em pandemia" mostra como Nova York, epicentro mundial da doença, luta contra a Covid-19

Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal
Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal

Com 1,16 milhão de pessoas infectadas e mais de 67 mil mortes, os Estados Unidos se transformaram no epicentro mundial da Covid-19. A quinta reportagem da série “A bandeira verde e amarela no mundo em pandemia” mostra como a jornalista e criadora de conteúdo, Laura Peruchi, tem levado a vida na cidade mais afetada pelo novo coronavírus, Nova York.

Laura vive na cidade que não dorme a seis anos e conta que tudo está complicado. As estimativas previam que seriam preciso mais de 120 mil leitos hospitalares, caso medidas de contenção não fossem tomadas. O estado não tinha essa capacidade e mesmo construindo hospitais de campanha e com a chegada do navio US COMFORT, esse número não seria atingido.

Não só a cidade, mas o estado de Nova York foi colocado em pausa. Apenas atividades essenciais continuam, como lavanderias, supermercados e farmácias. Não há lojas, restaurantes, teatros, cinemas, atrações turísticas, escolas ou universidades abertas. Com essas medidas de contenção, o sistema de saúde não entrou em colapso, o que não significa que não foi desafiador enfrentar a doença.

Laura conta como tem sido os dias atuais.

“A situação parece estar tomando controle, mas como o governador faz questão de salientar, ainda não acabou. Agora, o esforço é em testar o maior número de pessoas possíveis e manter a taxa de contaminação baixa, para evitar uma segunda onda. Essa é uma das principais preocupações no momento”, disse.

A jornalista disse que a rotina dela não alterou, já que sempre trabalhou em casa criando conteúdos sobre o turismo em NYC. Já o marido, começou a trabalhar em regime de home office também. Com relação ao seu trabalho, Laura diz que como não há turismo no momento, ela tem dedicado seu tempo a cobrir a situação do estado e da cidade nas suas redes sociais.

Ela e a família tem usado o tempo livre para ficarem atualizados com com os noticiários, fazer exercícios – pois ajuda bastante na saúde mental – cozinhar, ler, falar com a família no Brasil. Ela relata ter passado 30 dias sem sair de casa, e nos últimos dias foi possível dar uma volta. As compras tem sido feitas pela internet.

Quanto a adesão da população ao distanciamento, Laura diz não ser uma unanimidade. O fato de o estado estar em pausa e muitas coisas estarem fechadas diminui bastante a circulação de pessoas. Porém, em um dia de tempo bom, os parques estão lotando. As pessoas usam máscaras, mas, para ela ainda é muita gente circulando

A cidade de Nova York tem distribuído refeições gratuitamente para qualquer pessoa que precise. O estado criou uma linha especial para quem precisa de atendimento psicológico. Os testes de anticorpos estão sendo feitos gratuitamente. Há seguro desemprego do governo federal e do estadual, apesar de alguns problemas para atender a alta demanda. A cidade de Nova York também está com algumas iniciativas para ajudar imigrantes indocumentados.

Ela diz que ainda não há uma previsão de as coisas voltarem à normalidade sem antes priorizar a saúde das pessoas. Para a jornalista, um ponto positivo do Brasil é a existência de um sistema público de saúde, que pode não ser perfeito em todas as cidades, mas que simplesmente não existe nos EUA.

Laura diz não pensar em voltar ao Brasil, já que sua vida e sua casa é lá e, mesmo estando num lugar que registra muitos casos, ela sente-se segura.

Laura acredita que Nova York sairá mais fortalecida do que nunca. A cidade passou por muitos maus bocados e superou todos. Tudo isso será uma longa jornada, mas pode ser que essa pandemia traga mudanças significativas para muitos setores em todo o mundo.