Inédito: Vereadores de Bento rejeitam pedido de licença não remunerada a colega
A sessão ordinária do poder legislativo de Bento Gonçalves, que usualmente ocorre nas segundas-feiras, esta semana, em virtude do Carnaval, aconteceu na tarde desta quarta, dia 2. Dez vereadores acabaram se se revezando na tribuna, onde dois foram os principais assuntos: a pressão pela abertura de uma CPI proposta pelo vereador Rafael Fantin e o fato inédito da negativa de licença do vereador Paulo Roberto Cavalli, o Paco, do PTB.
A explicação para o voto contrário à licença de 45 dias, seria motivada por duas causas principais, conforme especulou de forma muito exaltada o próprio Paco – “Deve ser retaliação por que assinei pela abertura da CPI da Causa Animal, ou então é porque eles temem o vereador que iria assumir”. O suplente em questão é o ex-vereador Neri Mazzochin, que deve concorrer a cargo eletivo nas eleições de outubro e usaria da tribuna para contestar o governo municipal.
Mais tarde, já de seu assento na Câmara Paco bradou para Mazzochin, que se fez presente à Sessão: “pode ficar tranquilo, pois vais assumir a cadeira.” Resta saber qual o estratagema Paco pretende usar. Talvez uma licença saúde.
A inconformidade com a negativa não foi apenas dos envolvidos. O vereador Agostinho Petrolli considerou o episódio “inaceitável” e movido por interesses políticos.
CPI DEPENDE DE MAIS ASSINATURAS
A criação da CPI para investigar o sumiço de oito gatos sob o olhar complacente de dois fiscais e do secretário adjunto do Meio Ambiente provocou clima tenso na reunião além desta negativa de licença a um vereador. Até a presença da polícia militar foi solicitada. O proponente, vereador Dentinho dispõe de três assinaturas até o momento: dele próprio, do vereador Paco e de Agostinho Petrolli. Estariam em dúvida os vereadores Gava e Duda Pompermayer. Ainda assim falta um voto. A pressão das galerias então foi sobre o vereador Ari Peliciolli, presidente da Frente Parlamentar da Causa Animal, que, da tribuna e sob vaias, afirmou que não irá assinar.
O argumento da bancada governista é que o assunto já está sob investigação policial, dispensando a investigação parlamentar. Para muitos a CPI apenas daria palanque político à oposição.
CÂMERA PARA A SEGURANÇA NAS ESCOLAS
Saindo deste clima de exasperação que dominou a maior parte da sessão com duas horas e meia de duração, o presidente do Poder Legislativa, vereador Rafael Pasqualotto usou da tribuna para defender uma Indicação de sua autoria. Preocupado com casos de bulliyng, de agressões físicas a alunos e professores e com o acesso cada vez mais presente de traficantes nas escolas, o parlamentar defendeu o uso de câmeras de vigilância no ambiente escolar. “As câmeras estão presentes nas vias públicas e ajudam as forças de segurança a combater a criminalidade. Vemos como muito importante a adoção desta forma de controle nos pátios das escolas e no acesso aos educandários”. Pasqualotto fez a ressalva de que as salas de aula ainda devem se manter sem esta vigilância, garantindo certa privacidade na relação entre professor e alunos.